Críticas de Filmes

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quinta-feira, 18 de maio de 2017

Crítica do Filme: O Silêncio do Céu (2016) ***

Direção: Marcos Dutra
Elenco: Leonardo Sbaraglia, Carolina Dieckmann, Chino Darín

Sinopse: Diana (Carolina Dieckmann) carrega consigo um grande trauma: ela foi vítima de um estupro dentro de sua própria residência. Entretanto, ele prefere esconder o caso e não contar para ninguém. Mario (Leonardo Sbaraglia), seu marido, também tem seus próprios segredos - mistérios que, ocultos, estão matando aos poucos a relação do casal.

Minha Crítica: Dirigido pelo diretor brasileiro Marcos Dutra (Trabalhar Cansa/Quando Eu Era Vivo), e praticamente todo falado em espanhol ( o filme é uma co-produção Brasil/Uruguai), "O Silêncio do Céu" até consegue criar um clima de tensão que hipnotiza o espectador, mas falha ao não responder a todos questionamentos fundamentais para o desenvolvimento/resolução da trama.

Se existe uma palavra que possa definir o filme essa palavra é MEDO. Os personagens, suas motivações e ações tramitam sobre o medo. E o ponto de e eclosão é o estupro sofrida pelo personagem de Carolina Dieckmann. E como o ponto central da trama, toda ação é flagrado por Mario (Leonardio Sbaraglia), marido da personagem. A cena é forte, mas dirigida com muita sutileza por Dutra. Já as atuações de Sbaraglia e Dieckmann são competentíssima  e só agregam qualidades a obra. Dando o retorno necessário para uma competente construção da história.


O Silêncio do Céu é denso e interessante, além disso, merece destaque o seu aspecto visual. Ao longo do filme, acompanhamos Mario é sua sede de vingança. Para isso, luta contra medos, fala de amor, se culpa. Já a personagem de Dieckmann é enigmática. Por que não contar ao marido o estupro? Qual a relação dela com os estupradores? É nessa hora que o filme falha. Ele levanta questionamentos, mas não os conclui. E mesmo com um clímax que pode ser satisfatório para alguns, a trama central não é totalmente "amarrada", e o resultado final, insatisfatório.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Crítica do Filme: Chatô, O rei do Brasil (2015) **

Direção: Guilherme Fontes
Elenco: Marcos Ricca, Andrea Beltrão, Paulo Betti, Leandra Leal, Letícia Sabatella.

Sinopse: Assis Chateaubriand (Marco Ricca) é a estrela principal de um programa de TV chamado "O Julgamento do Século", realizado bem no dia de sua morte. É nele que Chatô relembra fatos marcantes de sua vida.

Meu Comentário: Cinebiografia do grande magnata da comunicação da história do Brasil, Assis Chateaubriand. Uma figura polêmica e controversa, que chegou a ser conhecido como o Cidadão Kane brasileiro. Jornalista, e acima de tudo um empresário, Chatô teve um importante papel na politica no país, principalmente durante o governo de Getúlio Vergas, fatos retratos na obra.

Lembro que o filme é baseado na obra homônima de Fernando Morais. E que começou a ser produzido em 1995, só chegando aos cinemas agora, 20 anos depois. E após alguns processos envolvendo má utilização de dinheiro público.

Sinceramente achei o filme um grande fiasco. Apesar da boa produção, o filme é excessivamente caricato, datado e que se fosse lançado em 1995, seria apenas mais um filme. Sinceramente acredito que Chateaubriand é merecedor de uma obra mais pautada em sua vida (repleta de fatos marcantes), do que a opção feita pelo diretor, transformar sua vida em uma obra surreal e burlesca, praticamente uma chanchada fora de seu tempo.

Apesar dos esforços do elenco, tudo transparece ser meio “over”, em Chatô. E sinceramente, as cenas envolvendo o “Julgamento do Século” são tão forçadas e grotescas, que dá aquela sensação de vergonha alheia.

Apesar dos inúmeros elogios de grande parte da imprensa – talvez em razão de uma baixa expectativa – te garanto que Chatô está longe de ser um grande filme. É uma mistura de situações e personagens reais, com fantasias transloucas utilizadas por Fontes para dar vida a sua presunçosa direção. 

domingo, 13 de setembro de 2015

Crítica do Filme: Quando que ela volta? (2015) ****

Direção: Anna Muylaert.
Elenco: Regina Casé, Camila Márdila, Michael Joelsas, Karine Teles.   

Sinopse: Depois de deixar a filha no interior de Pernambuco e passar 13 anos como babá do menino Fabinho em São Paulo, Val tem estabilidade financeira mas convive com a culpa por não ter criado sua filha Jéssica. Às vésperas do vestibular do menino, no entanto, ela recebe um telefonema da filha que parece ser sua segunda chance. Com alegria e ao mesmo tempo apreensão, Val prepara a tão sonhada vinda da filha, apoiada por seus patrões. Mas quando Jéssica chega, a convivência é difícil. Ela não age dentro do protocolo esperado para ela, o que gera tensão dentro da casa. Todos serão atingidos pela autenticidade de sua personalidade.

Meu Comentário: Agora é oficial, “Quando que ela Volta?” é o filme escolhido para representar o Brasil na tentativa de estar entre os finalistas do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2016. Após a produção vencer o prêmio de melhor filme na Mostra Panorâmica do Festival de Berlim, e também o prêmio especial de melhor atriz no Festival de Sundance (dividido entre Regina Casé e Camilla Márdila), a obra vem conquistando público e crítica ao redor do mundo, inclusive eu. E já posso adiantar que até o momento o considero um dos 5 melhores filmes de 2015.

“Quando que ela volta?” é uma daquelas sessões de cinema que realmente te deixa maravilhado, e que faz o seu espectador rir e chorar durante sua exibição. Além de o filme ser ótimo, talvez o seu grande atrativo seja a excepcional e espontânea atuação de Regina Casé, que merece todos os prêmios que já recebeu, assim como os que com certeza receberá.

Além da fantástica atuação de Regina Casé, que consegue criar uma grande afinidade com o espectador, todo o elenco possui os seus méritos para tornar o filme uma obra tocante, sensível, engraçada e obrigatória. Para quem ainda não assistiu, “Quando que ela volta?” lembra em sua essência, outro importante filme nacional de 2015, o longa de Felipe Barbosa, Casa Grande (2015), também muito elogiado pela crítica, mas com um resultado bastante inferior a essa obra prima da diretora Anna Muylaert.

O filme possui uma mágica capacidade de tornar visíveis as barreiras sociais que cercam seus personagens, sempre se utilizando de toques de humor e uma sensibilidade marcante. E interessante como a personagem Jéssica ao entrar naquela ambiente já demarcado pelas arestas sociais, muito bem delimitadas, deixa não só os outros personagens do filme impactados com seu estilo questionador, mas como faz os espectadores se sentirem constrangidos por suas atitudes, que realmente incomodam, criticam, aprofundam e demonstra qual é a “espinha dorsal” da obra, uma analise social da classe média e de uma ascensão social das classes C,D e E.

Quando que ela Volta? é realmente uma obra obrigatória e que só reforça uma das minhas frases prediletas quando falo de cinema brasileiro: “O bom filme brasileiro é realmente muito bom, e não deixa a desejar a nenhum filme do mundo”.

domingo, 26 de julho de 2015

Crítica dos Filmes: Entre Abelhas(2015), A Casa de Alice(2007) e Rio, Eu te Amo(2014).

  Entre Abelhas(2015) ***
Que grata surpresa. Entre Abelhas é um dos mais originais e surpreendentes filmes brasileiros dos últimos anos. Tão incalculável quanto o elogiado (e premiado), O cheiro do Ralo(2007).
Com um roteiro que mistura toques surreais e drama psicológico, o filme encanta o seu espectador ao se revelar um interessante drama melancólico, indo na contramão do que a grande parte dos seus espectadores imaginava encontrar, já que o filme é dirigido e protagonizado por dois especialistas em comédias: Ian SBF e Fábio Porchat.
Também não posso deixar de elogiar a atuação dramática de Fábio Porchat (que convence), além das atuações de seus coadjuvantes Irene Ravache e Luís Bianco, responsáveis por ótimas “pitadas” de humor ao longo da obra.



A Casa de Alice(2007) ***
A princípio gostei muito de A Casa de Alice, pois era um filme que estava na minha lista há tempos. A obra acompanha o cotidiano da casa de Alice, uma manicure em torno dos 40 anos e que mora na periferia de São Paulo com seu marido (que tem um caso com uma vizinha menor de idade), sua mãe (que é a observadora/os olhos da plateia) e seus três filhos (um é michê, outro rouba o dinheiro da avó sempre que tem oportunidade, e o mais novo possui certa “admiração sexual” pelo irmão mais velho). O filme despe seus personagens com uma realidade crua, um ótimo desenvolvimento/condução dada pela direção de Chico Teixeira e atuações elogiáveis, principalmente de Carla Dias, que está fantástica no papel de Alice. Só tenho restrições perante a conclusão do filme, que opta por um final aberto e que pouco soluciona os questionamentos levantados ao longo da obra.
A casa de Alice foi um dos filmes brasileiros mais premiados no exterior nos últimos anos, além de ser uma obra altamente reflexiva e palpável. Eu muito a recomendo, assistam.


Rio, Eu te Amo (2014) **
“Rio, Eu te Amo” faz parte da série Cidades do Amor, e reúne dez curtas de diretores brasileiros e internacionais, e que tentam através de suas histórias homenagear o Rio de Janeiro, assim como já ocorreu nos dois projetos anteriores: Paris e Nova York.

Sinceramente achei o filme muito irregular e poucas histórias me cativaram. Entre elas teço singelos elogios aos curtas: Texas, que foi dirigido pelo mexicano Guilhermo Arriaga; “O Milagre”, que foi dirigido pela libanesa Nadine Labaki; A fortuna, Paolo Sorrentino e O Vampiro do Rio, pelo sul coreano Sang-Soo Im. Já os episódios dirigidos por Andrucha Waddington (Dona Fulana); Stephan Elliott (Acho que estou apaixonado); John Turturro (Quando não há mais amor); Carlos Saldanha( Pás de Deux) e Jose Padilha (Inútil Paisagem), realmente decepcionam.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Crítica do Filme: Superpai (2015)**

Direção: Pedro Amorim
Elenco: Danton Mello, Antonio Tabet, Dani Calebrasa, Monica Iozzi

Sinopse: Diogo (Danton Mello) é casado com Mariana (Monica Iozzi), e vê a chance de resgatar a popularidade dos tempos de escola quando a turma resolve se reencontrar em uma grande festa para marcar os 20 anos de formatura. Acontece que no dia D, a sua sogra sofre um acidente e Diogo terá que cuidar do filho pequeno. Para não perder a comemoração – e a chance de se encontrar com uma antiga paixão do colégio – ele resolve deixar o filho em uma creche noturna. Na hora de pegar o menino de volta, porém, ele acaba levando uma criança coreana por engano. E Diogo vai viver altas confusões ao longo de uma noite ao lado dos amigos César (Antonio Tabet), Nando (Thogun Teixeira) e Júlia (Dani Calabresa) para recuperar o filho. 

Meu Comentário: Superpai é mais uma das produções do cinema brasileiro a “apostar suas fichas” na “comédia de erros” e na utilização de um elenco com os maiores nomes do humor da TV brasileira: Dani Calabresa, Mônica Iozzi, Antonio Tabet, Rafinha Bastos e Danilo Gentile. Essas participações especiais pouco acrescentam a trama, e assim como seus personagens, também pouco contribuem com o filme. 

Superpai possui um bom ritmo, diverte e consegue prender a atenção do seu espectador, mesmo em um roteiro muitas vezes já visto no cinema (em obras similares), e ser basicamente repleto de clichês. Não vou negar que o filme me agradou, mas também não posso negar que ele acaba se “perdendo” de sua metade até o final, que convenhamos, é o mais clichê possível.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Crítica do Filme: Tim Maia (2014) ****


Direção: Mauro Lima
Elenco: Robson Nunes, Babu Santana, Alinne Moraes, Cauã Raymond.


Meu Comentário: Havia perdido nos cinemas e somente agora consegui assistir a aguardada biografia cinematográfica de um dos maiores cantores da história do Brasil, o inigualável (em vários aspectos) Tim Maia. Lembro que o filme foi baseado na ótima “biografia” escrita por Nelson Motta, um dos maiores especialistas (e ativista), da história musical desse país. E se pudesse resumir o filme em uma só palavra, essa palavra séria espetacular, pois o filme é muito bem construído, possui um ótimo desenvolvimento e algumas das situações da vida do grande Tim que são retratadas na obra são verdadeiras perolas. Com isso, o filme consegue caminhar entre cenas deprimentes (drogas e declínio) para algumas realmente muito engraçadas e já históricas. Sem falar nas ótimas atuações de Robson Nunes e Babu Santana, que brilhantemente dão vida ao personagem na adolescência e já na fase adulta. Outro destaque é para atuação de Alinne Moraes, que merecia participar de todas as premiações possíveis por sua grande atuação como Janaína, talvez a maior paixão da vida do cantor.

O filme é um deleite para os espectadores e um desfile de personagens históricos da musica popular brasileira: Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Nara Leão, Carlos Imperial e muitos outros desfilam suas verdades e excentricidades em uma época de ouro da musica popular brasileira. E tanto o filme quanto o próprio Tim Maia são dignos de aplausos e verdadeiramente merecem ser vistos (e ouvidos).

sábado, 20 de setembro de 2014

Crítica do Filme: Os Homens são de Marte e é pra lá que eu vou(2014) ***

Direção: Marcus Baldini
Elenco: Mônica Martelli, Paulo Gustavo, Daniela Valente, Marcos  Palmeira.

Sinopse: Ironia. Essa é a definição ideal para a situação de Fernanda (Mônica Martelli), de 39 anos, que trabalha organizando a cerimônia mais importante do imaginário feminino, o casamento, mas é solteira. Forte devota do amor, a produtora lida com os mais diversos tipos de homem e reserva grande parte do seu tempo à procura do par perfeito.

Meus Comentários: Adaptação para os cinemas da consagrada peça também protagonizada por Mônica Martelli, "Os Homens são de Marte e é pra lá que eu vou", é uma grata e enorme surpresa cinematográfica e vou dizer o porque. Ao contrário dos inúmeros lançamentos produzidos pelo cinema brasileiro ano a ano, e que em sua maior parte são voltados para a temática da “comédia”, "Os Homens São de Marte" tenta fugir da convencional utilização da linguagem cinematográfica televisiva e aposta em uma narrativa original e muito bem desenvolvida. O maior resultado disso é o enorme sucesso de público que o filme conquistou. Não que ser sucesso de público seja hoje um sinônimo de qualidade, mas garanto que o filme é muito superior aos outros lançamentos nacionais de 2014 e que também tiveram números expressivos de espectadores, tal como os irregulares ou mesmo indigestíveis: S.O.S Mulheres ao Mar, Muita Calma nessa hora 2, Copa de  Elite e Vestido para Casar.

Talvez um dos grandes responsáveis pelo sucesso do filme seja o diretor Marcus Baldini,  também responsável pelo interessante Bruna Surfistinha(2011), e que demonstra ser um “expert” em transpor “biografias” para o cinema. Outro acerto é em relação à ótima atuação de Monica Martelli como protagonista (e também roteirista), se ela não possui uma atuação que podemos dizer que foi louvável, tudo é suprido com sensibilidade, leveza e sinceridade. E não posso deixar de citar a participação toda especial do comediante Paulo Gustavo, como um coadjuvante de luxo e responsável por algumas das cenas mais engraçadas do filme.

Divertido, terno, agradável, por vezes repleto de clichês, porém consciente de suas limitações e objetivos. Os Homens são de Marte e é pra lá que eu vou, agrada, conquista e alegra o seu espectador com inúmeras situações rotineiras. E talvez seja esse o motivo do estrondoso sucesso do filme (principalmente em relação ao público feminino). Essa palpável sensação de cumplicidade entre as situações vividas por Monica Martelli, e as várias semelhanças com o que vivenciamos em nosso dia a dia.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Crítica do Filme: Alemão(2014)**

Direção: José Eduardo Belmonte.
Sinopse: Branco (Milhem Cortaz), Samuel (Caio Blat), Carlinhos (Marcelo Melo Jr.), Danilo (Gabriel Braga Nunes) e Doca (Otávio Müller) são policiais que trabalhavam infiltrados no Morro do Alemão, no Rio, pouco antes da invasão da polícia e do exército em 2010. Eles têm suas identidades reveladas e são obrigados a se esconderem dos traficantes que ainda dominam o local.

Minha Crítica: Quando assisti ao trailer do filme nacional Alemão, fiquei alucinado. Pelo trailer esperava uma obra movimentada, bem construída, e que apesar da temática ser de conhecimento público (fato real), o roteiro era original e com um grande elenco (Caio Blat, Otávio Muller, Cauã Raymond e o ótimo Milhem Cortaz). Além disso, o filme é dirigido por José Eduardo Belmonte, um diretor em ascensão e que no ultimo Festival do Rio atraiu a atenção e dividiu opiniões com o seu Gorila(2014). Na realidade ainda espero “um filme” apaixonante de Belmonte, pois até aqui, das obras do diretor só tenho decepções. Billi Pig (2011), é uma das coisas mais bizarras que vi nos últimos tempos (um erro em tudo), e o cultuado Se Nada Mais der Certo(2008) –e que fez com que o diretor chamasse atenção, pra mim não passa de mais um filminho prepotente e sem grande qualidade.

Voltando ao Alemão, nova decepção. O filme “é tudo o que poderia ter sido e não foi”. As atuações ficam devendo (às vezes exageradas, em outros casos amadoras), a direção de arte e a produção são muito ruins (principalmente a ambientação), o roteiro simplório e o desenvolvimento da obra, muito irregular. Na verdade, durante a exibição do filme eu só pensava, “que filminho ruim”. E a grande culpa do filme ser um erro é a direção de Belmonte, uma direção meio que desleixada, sem preocupações, e essa é a sensação que o filme passa. Ter sido realizado meio que “de qualquer jeito”.

Alemão não acontece e não levanta questionamentos. Apenas tentam através de uma temática conquistadora (e com ótimos filmes de temática semelhante na memória do espectador) levar seus espectadores as salas de cinema e depois jogam um balde de água fria, quase que literalmente.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Crítica do Filme : Bossa Nova (2000) *** Bruno Barreto

Acabei de rever o filme Bossa Nova, uma boa comédia romântica brasileira (raridade dentro do gênero) . Depois dessa revisão recomendo mais ainda! O Filme que é dirigido por Bruno Barreto, conta no elenco com Amy Irving, Antonio Fagundes, Debora Bloch e mais um emaranhado de astros da TV brasileira.

 Um dos grandes atrativos do filme e que sua produção vai "na contra mão" de grande parte dos filmes bem sucedidos de nosso cinema e mostra como "pano de fundo" um Rio de Janeiro belíssimo e repleto de brasilidade, tudo ao som de uma trilha sonora tipicamente brasileira. Tecnicamente não é um grande filme, porém sua capacidade de encantar compensa e muito. Pra quem não viu...indico para

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Crítica do Filme: Faroeste Caboclo(2013)*** (Bom Filme)

Direção: René Sampaio
Gênero: Drama
Elenco: Fabrício Boliveira, Ísis Valverde, Felipe Abib, Marcos Paulo, Antonio Calloni.
Sinopse:
João (Fabrício Boliveira) deixa Santo Cristo em busca de uma vida melhor em Brasília. Ele quer deixar o passado repleto de tragédias para trás. Lá, conta com o apoio do primo e traficante Pablo (César Troncoso), com quem passa a trabalhar. Já conhecido como João de Santo Cristo, o jovem se envolve com o tráfico de drogas, ao mesmo tempo em que mantém um emprego como carpinteiro. Em meio a tudo isso, conhece a bela e inquieta Maria Lúcia (Ísis Valverde), filha de um senador (Marcos Paulo), por quem se apaixona loucamente. Os dois começam uma relação marcada pela paixão e pelo romance, mas logo se verá em meio a uma guerra com o playboy e traficante Jeremias (Felipe Abib), que coloca tudo a perder.
Comentário:
Em minha opinião a melhor definição que posso fazer sobre o filme Faroeste Caboclo é que apesar de ser um bom filme, ainda assim é uma fraca adaptação de uma música verdadeiramente apaixonante, algo que o filme passa longe de ser.


Tecnicamente irretocável (o filme possui algumas cenas deslumbrantes) e com um ótimo elenco (assim como suas excelentes atuações), Faroeste Caboclo decepciona os fãs da consagrada musica da Legião Urbana que gostariam de algo mais literal, porém mesmo que me sentindo contrariado apoio algumas licenças poéticas no filme, tais como a ausência de questionamentos políticos e uma “maior veracidade” em relação a alguns fatos. Mesmo assim acho inadmissível que alguns pontos cruciais da obra original foram omitidos, entre eles a infância de João de Santo Cristo (primordial para o entendimento da obra) e alguns pontos de sua ascensão ao mundo do crime. Normalmente não gosto de questionar ou mesmo tentar direcionar o que poderia ser melhor em uma obra, sempre tento a analisar pelo que ela é, mas nesse caso me parece inevitável.

A releitura da musica realizada pelo diretor René Sampaio é tão distante da obra original que ainda cabe ao meu imaginário uma nova adaptação para a grande tela de uma forma mais literal. Eu sei que é devaneio de um cinéfilo que admira e muito a canção, mas é uma opção para um filme que me deixou insatisfeito como admirador da obra e muito satisfeito pelo nível do cinema nacional apresentado. Trailer Aqui.

domingo, 26 de maio de 2013

Crítica do Filme: Os Penetras(2011)**

Direção: Andrucha Waddington
Gênero: Comédia
 

Elenco: Marcelo Adnet, Eduardo Sterblitch, Mariana Ximenes, Stephan Nercessian, Luis Gustavo, Suzana Vieira.
Sinopse:
Marco Polo (Marcelo Adnet), é um verdadeiro malandro carioca, um sujeito sedutor, manipulador e que está sempre tentando levar vantagem em tudo. Em um de seus golpes, ele cruza com Beto (Eduardo Sterblitch) um homem tímido e inseguro, que acabou de ser rejeitado por sua amada Laura, e tem vários problemas com a família. Vendo a situação financeira privilegiada de Beto, Marco Polo promete conversar com Laura, e tentar convencê-la a voltar para o colega. Enquanto isso, ele tira vantagem da fragilidade do outro. Mas os planos mudam quando Marco Polo conhece esta mulher (Mariana Ximenes), tão sedutora e manipuladora quanto ele.

 


Comentário: O grande problema facilmente percebido em Os Penetras é que o filme é uma comédia que consegue não fazer rir, mesmo reunindo um talentoso elenco que conta com os nomes de Marcelo Adnet, Eduardo Sterblitch e Mariana Ximenes, além da direção do competente Andrucha Waddington (e quem também assina o fraquíssimo roteiro). As atuações do elenco são limitadas, a história é mal desenvolvida e o pior, o desfecho final do filme é lamentável para qualquer espectador. 

O mais incrível é como o renomado diretor Andrucha Waddington conseguiu ser realizador e responsável por um projeto tão falho e superficial quanto é Os Penetras. Um filme que em nada lembra dois grandes trabalhos seus: o bom e premiado Eu, Tu, Eles(2000) e a sua obra prima, o magnífico Casa de Areia (2005), filme que sou um verdadeiro admirador.

Para os curiosos de plantão como eu, Os Penetras merece ser visto e consegue prender a atenção, mas uma coisa eu posso garantir, o resultado final é decepcionante. Trailer Aqui.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Falando Sobre Cinema: Um Toque de Infidelidade(1989)*** e A Beira do Caminho(2012)***


Ontem assisti ao bom filme nacional "A Beira do Caminho (2012) ***", que é dirigido por Breno Silveira (também diretor de Dois Filhos de Francisco) e confesso que gostei!! Hoje revi Cousin- Um Toque de Infidelidade (1989)***, dirigido por Joel Schumacher e com a bela Isabella Rossellini. Essa filme tem uma relação especial com minha infância e sempre presente (e forte)paixão pelo cinema. Minha família sempre assistiu a muitos filmes e eu tenho uma tia que era apaixonada por Um Toque de Infidelidade e sempre falava para eu assistir. Claro que segui o conselho e confesso que gostei ainda mais nessa revisão. O filme aborda questões envolvendo infidelidade, amor, paixão, verdade...bom filme também...ambas as obras fazem pensar. A Beira do Caminho tem uma grande atuação do sempre ótimo João Miguel e uma marcante trilha sonora de Roberto Carlos. Indico ambas as obras e assim que possível irei postar as críticas no meu blog.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Crítica do Filme: Meu Pé de Laranja Lima (2013)**1/2 (Filme Regular)

Direção: Marcos Bernstein   
Gênero: Drama
Elenco: João Guilherme de Ávila, José de Abreu, Caco Ciocler, Eduardo Moreira.
Sinopse:
Zezé (João Guilherme de Ávila) é um garoto de oito anos que, apesar de levado, tem um bom coração. Ele leva uma vida bem modesta, devido ao fato de que seu pai está desempregado há bastante tempo, e tem o costume de ter longas conversas com um pé de laranja lima que fica no quintal de sua casa. Até que, um dia, conhece Portuga (José de Abreu), um senhor que passa a ajudá-lo e logo se torna seu melhor amigo.

Comentário: Baseado no clássico da literatura brasileira, Meu pé de Laranja Lima fica “devendo” em sua releitura cinematográfica pois carece de emoção e principalmente pelo fraco desempenho – e também muito longe de uma realidade –, do seu personagem principal Zezé, onde infelizmente a escolha de seu protagonista, o jovem ator João Guilherme de Ávila (filho do cantor Leonardo), não consegue convencer a um espectador mais exigente por justamente não ter uma “cara” conveniente com seu personagem: um menino pobre do interior, extremamente levado e igualmente sofredor. Parâmetros obrigatórios e também recorrentes na obra que ficam muito longe do resultado visto na tela.

Sendo mais uma obra que aborda o imaginário infantil, Meu Pé de Laranja Lima tem como grande destaque a participação de Jose de Abreu no inesquecível personagem Portuga e também na boa ambientação criada pelo diretor Marcos Bernstein, que havia dirigido anteriormente apenas o surpreendente O Outro Lado da Rua(2004) e que parece refletir nessa sua nova empreitada erros recorrentes. São dois filmes de grande qualidade técnica e algumas ótimas atuações (em O Outro Lado da Rua brilham Fernanda Montenegro e Raul Cortez), mas que deixam no espectador uma sensação de não satisfação por completo, resumindo, novamente Bernstein falha no desenvolvimento final de sua obra mesmo tendo uma excelente história nas mãos, caso clássico que ocorre com essa adaptação da memorável obra de José Mauro de Vasconcellos. 


A Idéia e a premissa contidas em Meu Pé de Laranja Lima são maravilhosas, infelizmente em sua versão cinematográfica as emoções e situações principais transpostas para as telas me soaram muitas vezes de maneira “falsa” e também pouco tocante, resultando em uma obra muito “fria” e principalmente distante do seu espectador. Trailer Aqui.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Crítica do Filme: O Som ao Redor(2013)*** (Bom Filme)

Direção: Kleber Mendonça Filho
Gênero: Drama
Elenco: Irandhir Santos, Gustavo Jahn, Maeve Jinkings, Waldemar José Solha.
Sinopse:
A vida numa rua de classe-média na zona sul do Recife toma um rumo inesperado após a chegada de uma milícia que oferece segurança particular. A presença desses homens traz tranqüilidade para alguns, e tensão para outros, numa comunidade que parece temer muita coisa. Na realidade o filme é uma crônica brasileira, uma reflexão sobre história, violência e barulho.

Comentário: Muito se falou sobre essa obra que marca a estréia na direção de um longa-metragem do também crítico de cinema pernambucano Kleber Mendonça Filho. Competidor e premiado em diversos festivais tanto nacionais quanto internacionais, O Som ao Redor chegou até mesmo a estar na lista dos dez melhores filmes de 2012 do prestigiado jornal americano New York Times, tudo graças ao seu roteiro que na realidade é uma grande crônica e reflexão sobre a natureza humana e também os contrastes sociais tão nítidos em nossa sociedade. Outra grande importância que se agrega ao filme é o nível e os contrastes presentes nas obras realizadas pelo cinema pernambucano. São obras que surpreendem e por vezes choca o seu público, mas são filmes de incontestável qualidade e também um grande apelo popular. Nomes de cineastas como Claudio Assis (Amarelo Manga e Febre do Rato), Lírio Ferreira(Árido Movie) e Marcelo Gomes( Cinema, Aspirina e Urubus), demonstram a força desse cinema nordestino e também o grande nível de suas obras.
 
Tendo uma rua de classe média de Recife como modelo, o filme reúne diversas histórias e personagens em torno de acontecimentos do dia a dia e cenas realmente do cotidiano de qualquer cidade. Nela acompanhamos, por exemplo, crianças jogando bola, adolescentes em seus primeiros beijos, um roubo de carro sendo motivo de desconfiança entre vizinhos (e parentes), um grande proprietário local querendo manter seu domínio regional, briga entre vizinhos, divergência entre condôminos, resumindo, é um verdadeiro emaranhado de boas histórias que se multiplicam na tela e que conseguem prender a atenção do espectador com naturalidade e algumas cenas realmente desconfortantes, e algumas cômicas.

O grande problema do filme é não fechar as arestas abertas por seu roteiro, resumindo, o filme acaba sendo somente isso, uma reunião de situações cotidianas que levantam sérios ou interessantes questionamentos, mas que infelizmente não se aprofunda em suas analises ou observações.

A direção de Kleber Mendonça é segura e bastante eficiente, e ainda tem o mérito de possuir atuações repletas de naturalidade e que só ajudam no envolvimento e fascínio do filme no espectador. Mas O Som ao Redor poderia ser muito mais, poderia ser uma obra que se aprofundasse ou ao menos tivesse um desfecho pela qual a maioria do seu publico esperava, e não uma ótima história que se limita em ter começo e meio, deixando o fim como uma grande dúvida ou interrogação na cabeça de seu observador. Trailer Aqui.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Crítica do Filme: De Pernas Pro Ar 2 (2013)* (Muito Fraco)

Direção: Roberto Santucci
Gênero: Comédia
Elenco: Ingrid Guimarães, Maria Paula, Bruno Garcia, Eriberto Leão.
Sinopse:
Alice (Ingrid Guimarães) agora é uma empresária bem-sucedida, que continua trabalhando muito, mas sem deixar de lado o prazer sexual. Ela está bastante atarefada devido à abertura da primeira filial de sua sex shop em Nova York, ao lado da sócia Marcela (Maria Paula). Seu grande objetivo é levar para a América um produto erótico inédito, o que faz com que ela fique bastante estressada. Até que, durante a festa de comemoração pela 100ª loja SexDelícia no Brasil, Alice tem um surto devido ao excesso de trabalho. Ela é internada em um spa comandado pela rígida Regina (Alice Borges), onde conhece várias pessoas que buscam controlar suas obsessões e ansiedades.

Comentário: Quando em 2010 assisti ao primeiro filme “De Pernas pro Ar”, que foi a primeira obra dirigida por Roberto Santucci, e um verdadeiro fenômeno de público, eu pouco esperava do filme. Na realidade estava pronto para mais uma decepção com mais uma obra visivelmente rasa e popular e com produção da Globo Filmes(especialista em títulos com essa característica), mero engano, fui surpreendido por uma boa comedia, com ótimo ritmo, algumas cenas realmente engraçadas e uma atuação convincente da competente Ingrid Guimarães. Pois bem, isso era tudo que dessa vez eu aguardava nessa continuação e que também foi sucesso de público, só que dessa vez quebrei a cara. De Pernas pro Ar 2 é infinitamente inferior ao primeiro filme e chega a ser constrangedor o quanto é fraco o seu roteiro e também como a direção de Santucci é banal, cito como exemplo também o fraquíssimo Até que a Sorte nos Separe(2012), igualmente irregular e contrariando minha opinião, novamente um estrondoso sucesso de público.

Ponto para o cinema brasileiro que cada vez mais agrega público, ponto para as produções da Globo Filmes, que na maioria das vezes realizam obras de baixa qualidade artística mas grandes sucessos, e infelizmente quem sai perdendo é um público mais exigente e que acaba assim como eu, tentando encontrar qualidades em obras visivelmente “populescas” e onde direção, roteiro, fotografia e tudo que se deve apreciar em uma obra cinematográfica não passa de esteira para situações repetitivas e cenas realmente superficiais.

De Pernas pro Ar 2 tem como grande problema ser muito inferior ao primeiro filme da série (o que já gera expectativas), além de pouquíssimas cenas engraçadas, um roteiro simplório e que repete situações muitas vezes já utilizadas em outras obras (e também na televisão), além de um agravante, uma péssima escolha de elenco. Cito como exemplo o ator Luis Miranda fazendo o papel de um jogador de futebol viciado em sexo, chega a ser constrangedor a atuação pouco convincente do ator no respectivo personagem. Na verdade o filme é uma reunião de situações constrangedoras, que entendo que pode agradar a um público menos seletivo, porém em minha opinião, o  seu resultado é como um todo decepcionante. Trailer Aqui.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Crítica do Filme: Vai que Dá Certo (2013)**1/2(Simplesmente Bonzinho)

Direção: Mauricio Farias
Gênero: Comédia
Elenco: Danton Mello, Fábio Porchat, Lucio Mauro Filho, Natália Lage, Gregório Duviver, Felipe Abib, Bruno Mazzeo.
Sinopse:
Cinco amigos dos velhos tempos se encontram com problemas financeiros e resolvem se reunir para praticar um golpe contra uma transportadora de valores. O plano é ótimo e Danilo (Lúcio Mauro Filho) trabalha lá já tem tudo esquematizado na cabeça. Agora, ele só precisa que Rodrigo (Danton Mello), Vaguinho (Gregório Duvivier), Amaral (Fábio Porchat) e Tonico (Felipe Abib) se concentrem nas coordenadas para faturar uma grana alta e fácil. Mas a sorte não parece estar do lado do quinteto e eles vão ter que se virar para honrar o compromisso com um "empresário do mal", que financiou o armamento do grupo. Será que eles conseguem? É quando pinta a ideia de recorrer a outro amigo de infância, o político Paulo (Bruno Mazzeo). A confusão está armada e tem tudo para dar errado.

Comentários: Bem superior as recentes e despretensiosas comédias produzidas pela Globo Filmes, Vai que dá Certo tenta se assegurar como uma boa opção nos cinemas através de um bom elenco, algumas piadas inteligentes(principalmente as que envolvem o mundo nerd) e ser um ótimo exemplo de filme objetivo em suas pretensões, que é ser uma comedia leve e que agrada em cheio um espectador não muito exigente, tanto que já ultrapassou a marca de um milhão de espectadores.

Pautado em ser uma comédia de erros, o filme aborda um grupo de amigos fracassados que resolvem se reunir em torno de um assalto para tentarem se dar bem. Mas o que acontece é uma sucessão de equívocos nas quais os personagens vão ficando cada vez mais reféns da situação. E nesse emaranhado de conflitos e algumas cenas realmente hilárias, percebemos a boa intenção do projeto e seu grande diferencial em relação a algumas obras semelhantes. O filme tanta a todo instante conquistar o espectador com piadas inteligentes (em sua maioria) e algumas situações realmente hilárias.

Lembrando os ótimos vídeos disponíveis na internet do grupo Porta dos Fundos, Gregório Duvivier é o responsável pelas mais hilárias cenas do filme, sendo uma ótima escada para as atuações de Porchat e Danton Mello (o ponto de equilíbrio do grupo). E não espere que “Vai que dá certo” te faça chorar de rir, mas pode ter certeza que será uma sessão de cinema leve, agradável e por vezes, muito engraçada.

terça-feira, 19 de março de 2013

Crítica do Filme: A Busca (2013) ***1/2 (Muito Bom)

Direção: Luciano Moura
Gênero: Drama
Elenco: Wagner Moura, Mariana Lima, Lima Duarte, Brás Antunes.
Sinopse: Um pai, o médico Theo Gadelha, é obrigado a jogar-se na estrada em busca de seu filho Pedro que desaparece no fim de semana em que completaria 15 anos. O repentino e inexplicável sumiço do filho é a última carta a desabar no castelo de Theo que desesperado parte em sua procura. Além disso, seu casamento de 15 anos com Branca acaba de ruir e no meio dessa turbulência, Theo saiu em busca do filho e acaba se reencontrando com sua própria vida.

Crítica do Filme: Como já havia dito anteriormente o cinema brasileiro foi um verdadeiro “fracasso” em 2012, onde poucas obras conseguiram manter a qualidade do “bom” cinema nacional e o que vimos nas salas de exibição foi uma enxurrada de filmes fracos, extremamente comerciais e tecnicamente precários. E com a exceção do ótimo “Gonzaga, De pai para Filho”, dirigido por  Breno Silveira, e os irregulares Xingu e Febre de Rato, pouca coisa se salvou no ano passado. E com grande orgulho e admiração anuncio que o filme “A Busca”, dirigido por Luciano Moura e em cartaz nos melhores cinemas, filme este que encantou o público e o júri do Festival do Rio 2012 (ao lado do também elogiado “O Som ao Redor” que estreou no começo do ano), é uma pequena obra prima e que dificilmente vai aparecer um filme nacional superior em 2013.
O ponto alto da obra, além do seu magnífico roteiro é a brilhante atuação de Wagner Moura (bem superior ao seu trabalho em Tropa de Elite). Intensa, real, sem exageros e humana, tudo isso para imprimir a dor de um pai que tem o filho misteriosamente desaparecido e parte em uma busca verdadeiramente desesperada. Quanto à atuação de Mariana Lima, no papel de Branca, a esposa totalmente passiva em relação à rebeldia do filho e talvez responsável pelo declínio na qual a família se encontra, é uma atuação que perto da de Wagner Moura é irregular, pelo menos tive essa sensação e confesso que não encontrei uma “verdade” em seu desempenho. Outra boa atuação é a participação muito especial de Lima Duarte que consegue transpor para o espectador toda vibração de sua pequena, contudo significativa cena chave da obra.

“A busca” aborda de maneira impar as questões familiares e emocionais que pairam sobre uma família envolvida em um doloroso processo de separação onde os três principais personagens estão inseridos. Pai, esposa e filho ainda se enfrentam e se distanciam para um melhor entendimento dos fatos e, além disso, outro ponto que paira sobre a obra é a questão da paternidade e os sinuosos caminhos que nos levam aos reencontros pela vida. Talvez seja esse o grande mérito do roteiro, trabalhar de maneira tão sensível os sentimentos (dor, amor, perdão) que envolvem uma separação é a verdadeira representatividade dos pais na condução e formação de seus filhos.

Com uma excelente direção de Luciano Moura (em seu primeiro filme), um roteiro poderoso e uma atuação notável de Wagner Moura, “A Busca” é até que aqui um dos melhores filmes do ano e sem sombras de dúvida atinge a alma de qualquer espectador sensível as relações humanas magnificamente representadas ao longo da obra. Trailer Aqui.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Crítica do Filme: Até que a Sorte nos Separe (2012)*1/2

Direção: Roberto Santucci
Gênero: Comédia
Elenco: Leandro Hassum,Daniele Winitz, Kiko Mascarenhas, Ailton Graça.
Sinopse: Tino (Leandro Hassum) é um pai de família comum que vê sua vida virar de ponta a cabeça após ganhar na loteria. Levando uma vida de ostentação ao lado da mulher, Jane (Danielle Winits), ele gasta todo o dinheiro em 15 anos. Ao se ver quebrado, Tino aceita a ajuda do vizinho Amauri (Kiko Mascarenhas), um consultor de finanças super burocrático e que por sinal vive seu próprio drama ao enfrentar uma crise no casamento com Laura (Rita Elmôr). Tentando evitar que Jane descubra a nova situação financeira, afinal ela está grávida do terceiro filho não pode passar por fortes emoções, Tino se envolve em várias confusões para fingir que tudo continua bem. Para isso, conta com ajuda do melhor amigo, Adelson (Aílton Graça), e dos filhos.

Minha Crítica: Na realidade não sei por que ainda perco tempo assistindo a um filme brasileiro que já aparenta na “cara” que é um filme fraco e sem atrativos. Se não fosse minha esposa e sua intenção de assistir mais essa produção brasileira da Globo filmes, dificilmente me aproximaria dessa obra.

A falta de qualidade nas comédias produzidas pela produtora são as mesmas que observamos nos programas de humor de sua programação diária: atores e personagens em atitudes “forçadas”, uma enxurrada de piadas sem graça, gags visuais como tentativa de “grande atrativo” e também a notória forma de que o filme é produzido, sempre priorizando a linguagem televisiva, seja no roteiro ou mesmo na fotografia. O mais incrível é que algumas dessas obras acabam sendo sucesso de público, o que não está relacionado em nada com a baixa qualidade das produções e seus roteiros enfadonhos.

Teoricamente baseado no grande sucesso literário “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, “Até que Sorte nos Separe” em pouco lembra a seriedade e a metódica do livro de Gustavo Cerbasi. Na verdade, o cinema brasileiro fracassou em 2012 graças ao grandioso numero de produções de baixa qualidade artística (ou a mínima técnica), e que estão visivelmente preocupadas em agradar a um público “menos exigente” e com isso, acabam afastando das salas de cinema um público mais seleto e que consegue perceber a falta de cuidados com os recentes projetos da produtora. Para se ter uma ideia, vou citar algumas obras produzidas pela Globo filmes nos últimos anos e que pecam pelo mau gosto e tentam se utilizar do bom elenco da emissora para tentar vender suas obras também no cinema: Totalmente Inocentes, O Diário de Tati, Billi Pig, As Aventuras de Agamenon, Familia Vende tudo, O Bem Amado, Romance, A cada da mãe Joana, entre outros.

Nem vou dizer que “Até que a Sorte nos Separe” é um filme decepcionante pois não tenho como dizer isso uma vez que pouco esperava dele, mas consequentemente, é totalmente palpável logo de inicio a falta de qualidades na obra. Entre os fatores que “contribuem” para o insucesso do filmes estão: um elenco muito caricato (começando pela dupla Hassum e Daniele Winitz e terminando na péssima atuação de Kiko Mascarenhas e seu núcleo); o enorme número de piadas estereotipadas e de gosto duvidoso; além de um  roteiro que se perde dentro de suas próprias conclusões, pois cito como exemplo mais claro desses equívocos a personagem de Daniele Winits, que sempre faz questão de dizer que não ligar para dinheiro mas vive gastando fortunas sem culpa e consumindo o mercado de luxo. 

Sendo assim, se não quiser ter uma sessão de cinema que aborrece muito mais do que agrada, passe longe de Até que a Sorte nos Separe!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Crítica do Filme: Febre do Rato (2012)**

Direção: Cláudio Assis
Gênero: Drama
Elenco: Irandhir Santos, Nanda Costa, Juliano Cazarré, Maria Gladys, Matheus Nachtergaele.
Sinopse:
Zizo (Irandhir Santos) é um poeta inconformado e anarquista, que banca a publicação de seu tabloide denominado, Febre de Rato e convive em um grupo de amigos onde sexo, drogas e movimentos revolucionários são uma constante. Em seu mundo próprio, onde o sexo é algo tão corriqueiro quanto fumar maconha, ele conhece Eneida (Nanda Costa) e logo sente um forte desejo por ela, mas apesar de seus constantes pedidos, Eneida se recusa a ter relações sexuais com ele.

Minha Crítica:
Novamente o polêmico diretor pernambucano Cláudio Assis cria uma obra perturbadora e também irregular. Assim como fez com os cultuados Amarelo Manga(2002) e Baixio das Bestas(2006), o diretor tenta através de uma abordagem cotidiana e visceral trazer o espectador a uma cruel realidade sempre envolvendo interessantes personagens e roteiros repletos de atos falhos, e novamente falha em tentar criar uma obra mais autoral e que apesar dos questionáveis elogios de parte da imprensa, o seu resultado final é decepcionante. E eu chego até mesmo a garantir que das suas três principais obras essa é inferior aos seus dois filmes anteriores, tanto nas polemicas levantadas quanto no resultado final.

Toda passada em Recife e contando com um talentoso elenco – com os nomes de peso de Nanda Costa, Juliano Cazarré e Matheus Nachtergaele, já usuais colaboradores de Assis –, Febre do Rato tem em suas atuações o grande ponto de exclamação em sua trajetória. Por vezes pornográfico e repleto de cenas desnecessárias, o filme conta ainda com um personagem principal que chega a ser insuportável e que me causou enorme repulsa, o poeta Zizo – apesar da ótima atuação de Irandhir Santos –, ficando assim muito difícil o envolvimento desse espectador com o filme.

Com um roteiro pretencioso e que acaba não sendo bem explorado em sua condução, o filme vai se garantindo em estranhos personagens e em sua “aparência suja” para tentar fisgar o seu espectador por minutos a mais, e o que vemos na tela vai do bizarro a uma tentativa forçada de mantar o padrão já estabelecido pelo diretor: Travestis, sexo grupal, cenas escatológicas e de masturbação são despejadas a todo o momento sem nenhum pudor pelas lentes de Assis diretamente nos olhos curiosos de seu público. Chocante, na realidade não, mas o que mais me incomodou foi à verdadeira e absoluta falta de conteúdo em uma obra tão comentada.

O grande charme de Febre do Rato é a belíssima fotografia em preto e branco criada pelo diretor da também bela Recife, além de outra característica autoral, a sua enorme capacidade de construir diálogos regionais que ao mesmo tempo conseguem dialogar com os diversos públicos que compõem esse miscigenado país. Mas nem toda a beleza da capital pernambucana consegue salvar o filme de seus lapsos. Na realidade, Febre de Rato é um grande esboço de uma frustrada tentativa de demonstrar o lado mais pornográfico e por que não pudico de seus personagens, mas falha em não se assegurar em uma boa história como base de suas pretensões, se tornando assim, um filme de imagens e não uma ótima historia com imagens marcantes.
Trailer Aqui.

Crítica do Filme: Xingu (2012)**

Direção: Cao Hamburger
Gênero: Drama
Elenco: João Miguel, Felipe Camargo, Caio Blat, Maria Flor e Fabio Lago.
Sinopse:
Os irmãos Orlando (Felipe Camargo), Cláudio (João Miguel) e Leonardo Villas Bôas (Caio Blat) resolvem trocar o conforto da vida na cidade grande pela aventura de viver nas matas. Para isso, resolvem se alistar no programa de expansão na região do Brasil central, incentivado pelo governo. Com enorme poder de persuação e afinidade com os habitantes da floresta, os três se tornam referência nas relações com os povos indígenas, vivenciando incríveis experiências, entre elas a eterna conquista do Parque Nacional do Xingu.

Minha Crítica: Apesar dos grandes nomes envolvidos no projeto de filmar a saga dos irmãos Villas-Bôas pela Amazônia, o filme Xingu está longe de ser uma obra definitiva – como deveria de ser –, ao contrario, é um filme muito irregular que contem apenas traços de qualidade na eficiente direção de Cao Hamburger (O Ano em que Meus pais Saíram de Férias) e no ótimo elenco envolvido, onde como sempre se destaca a convincente atuação João Miguel.

Com cara de documentário e conduzido por um roteiro frio que acaba levantando questionamentos, mas que não consegue expor eu explicar suas pretensões, o filme é na realidade uma junção de pequenas histórias envolvendo a criação do Parque Nacional do Xingu e o envolvimento dos irmãos Villas-Bôas com as comunidades indígenas, que apesar de serem renomados defensores, acabavam não dando as costas para seus empregadores, o governo nacional.

Apesar de bem filmado, Xingu é uma obra fria e que tem pouco a acrescentar ao espectador em termos de cinema ou mesmo uma história eficiente. O filme até tenta passar a imagem de um grandioso épico, mas não passa de ser aquilo que acabou se tornando: uma espécie de filme feito para TV realizado às pressas, sem aprofundamento nos personagens secundários e muito prático em tentar contar uma história que poderia render um grande filme em uma singela película de 1h 40 minutos.
Trailer Aqui.