Críticas de Filmes

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Crítica do Filme: Febre do Rato (2012)**

Direção: Cláudio Assis
Gênero: Drama
Elenco: Irandhir Santos, Nanda Costa, Juliano Cazarré, Maria Gladys, Matheus Nachtergaele.
Sinopse:
Zizo (Irandhir Santos) é um poeta inconformado e anarquista, que banca a publicação de seu tabloide denominado, Febre de Rato e convive em um grupo de amigos onde sexo, drogas e movimentos revolucionários são uma constante. Em seu mundo próprio, onde o sexo é algo tão corriqueiro quanto fumar maconha, ele conhece Eneida (Nanda Costa) e logo sente um forte desejo por ela, mas apesar de seus constantes pedidos, Eneida se recusa a ter relações sexuais com ele.

Minha Crítica:
Novamente o polêmico diretor pernambucano Cláudio Assis cria uma obra perturbadora e também irregular. Assim como fez com os cultuados Amarelo Manga(2002) e Baixio das Bestas(2006), o diretor tenta através de uma abordagem cotidiana e visceral trazer o espectador a uma cruel realidade sempre envolvendo interessantes personagens e roteiros repletos de atos falhos, e novamente falha em tentar criar uma obra mais autoral e que apesar dos questionáveis elogios de parte da imprensa, o seu resultado final é decepcionante. E eu chego até mesmo a garantir que das suas três principais obras essa é inferior aos seus dois filmes anteriores, tanto nas polemicas levantadas quanto no resultado final.

Toda passada em Recife e contando com um talentoso elenco – com os nomes de peso de Nanda Costa, Juliano Cazarré e Matheus Nachtergaele, já usuais colaboradores de Assis –, Febre do Rato tem em suas atuações o grande ponto de exclamação em sua trajetória. Por vezes pornográfico e repleto de cenas desnecessárias, o filme conta ainda com um personagem principal que chega a ser insuportável e que me causou enorme repulsa, o poeta Zizo – apesar da ótima atuação de Irandhir Santos –, ficando assim muito difícil o envolvimento desse espectador com o filme.

Com um roteiro pretencioso e que acaba não sendo bem explorado em sua condução, o filme vai se garantindo em estranhos personagens e em sua “aparência suja” para tentar fisgar o seu espectador por minutos a mais, e o que vemos na tela vai do bizarro a uma tentativa forçada de mantar o padrão já estabelecido pelo diretor: Travestis, sexo grupal, cenas escatológicas e de masturbação são despejadas a todo o momento sem nenhum pudor pelas lentes de Assis diretamente nos olhos curiosos de seu público. Chocante, na realidade não, mas o que mais me incomodou foi à verdadeira e absoluta falta de conteúdo em uma obra tão comentada.

O grande charme de Febre do Rato é a belíssima fotografia em preto e branco criada pelo diretor da também bela Recife, além de outra característica autoral, a sua enorme capacidade de construir diálogos regionais que ao mesmo tempo conseguem dialogar com os diversos públicos que compõem esse miscigenado país. Mas nem toda a beleza da capital pernambucana consegue salvar o filme de seus lapsos. Na realidade, Febre de Rato é um grande esboço de uma frustrada tentativa de demonstrar o lado mais pornográfico e por que não pudico de seus personagens, mas falha em não se assegurar em uma boa história como base de suas pretensões, se tornando assim, um filme de imagens e não uma ótima historia com imagens marcantes.
Trailer Aqui.