Críticas de Filmes

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Crítica: Neruda (2016) **1/2

Direção: Pablo Larraín 
Elenco: Luis Gnecco, Gael Garcia Bernal, Alfredo Castro, Mercedes Morán

Sinopse: Nos anos 40, o poeta chileno Pablo Neruda (Luis Gnecco) é senador pelo Partido Comunista. Isso o transforma num criminoso e ele passa a ser perseguido pelo governo chileno e pelo inspetor Oscar Peluchonneau (Gael García Bernal).

Meu Comentário: O grande problema de “Neruda”, filme indicado ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, é sua falta de “poesia”, algo que sobra no personagem principal. Apesar de abordar a histórica perseguição política do governo chileno ao poeta Pablo Neruda, um dos maiores escritores do gênero, a história é contada de forma repetitiva e repleta de “licença poética”, com isso, acaba deixando o espectador confuso entre onde termina a realidade e começa a ficção.

O filme apresenta um Pablo Neruda bígamo, vaidoso e político. E dá ênfase ao jogo de “gato e rato” que foi sua perseguição pelo presidente chileno Gabriel Gonzáles Videla, e suas incontáveis tentativas de fugir para o exílio. O filme até parece seguir um caminho interessante com sua narração em off (realizada pelo policial Oscar) e seu tom fantasioso, mas sinceramente, o que era atrativo no primeiro ato acaba se tornando cansativo ao longo da obra. 



Dirigido pelo chileno Pablo Larraín, que fez fama internacional ao conseguir uma indicação ao Oscar com “No”, em 2012, obra que também aborda a questão política no Chile. Além disso, também dirigiu Tony Manero (2008) e o espetacular O Clube (2015) - se ainda não viu está perdendo a oportunidade de assistir a um dos melhores filmes latinos dos últimos anos. Mas apesar de ser um diretor altamente gabaritado, “Neruda” não passa de um filme irregular, e que se não fosse o contexto da obra, e as interessantes atuações de Luis Gnecco, Gael Garcia Bernal e Mercedes Morán, seria um filme dispensável.

“Neruda” apresenta a história da perseguição política ao poeta e sua tentativa de conseguir fugir do Chile para o exílio. Mas falta ao filme a energia, o carisma e a emoção tão presentes na obra prima “O Carteiro e o Poeta”, também baseado na vida de Pablo Neruda e dono de várias indicações ao Oscar em 1994, inclusive sendo o vencedor na categoria de melhor trilha sonora. Esse sim, um filme indispensável, irretocável e inesquecível.  

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