Críticas de Filmes

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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Crítica: O Contador(2016)***

Direção: Gavin O´Connor
Elenco: Ben Affleck, J.K Simmons, John Lithgow, Anna Kendrick, Cynthia Addai-Robinson

O grande mérito de “O Contador” é o interessante Christian Wolff, personagem principal, em uma ótima interpretação de Ben Affleck. Apesar de a história ser fantasiosa, e repleta de clichês, ainda assim, o filme prende a atenção do espectador com ótimas sequencias de ação, reviravoltas e uma combinação de humor e thriller.

Christian Wolff é portador da “Síndrome de Savant”, e possui mais afinidade por números do que por pessoas. Tendo um escritório de contabilidade em uma cidadezinha como fachada, ele trabalha como contador autônomo para algumas das mais perigosas organizações criminosas do mundo. 

Com o Departamento Criminal do Ministério da Fazenda, coordenado por Ray King (J.K Simmons), começando a fechar o cerco, Christian aceita um cliente legítimo: uma empresa de robótica de última geração onde uma assistente de contabilidade descobre uma discrepância envolvendo milhões de dólares. Porém, conforme Christian desvenda os registros e se aproxima da verdade, a contagem de corpos começa a subir.

“O Contador” é realmente um bom entretenimento. O roteiro é bem desenvolvido, apesar de previsível, mas o resultado final é competente. A história é essencialmente muito boa, mas o roteiro não se sustenta, mesmo com as elaboradas cenas de ação e um personagem principal tão carismático.


Apesar da qualidade da atuação de Affleck, o bom elenco coadjuvante pouco acrescenta a obra. J.K Simmons,  Cynthia Addai-Robinson e John Lithgow são pouco aproveitados no desenvolvimento da história. Já a “fraca” Anna Kendrick, que divide o protagonismo com Affleck, não consegue transmitir a força que a “mocinha” deveria representar. 

A obra é dirigida de forma habilidosa por Gavin O´Connor, que dirigiu anteriormente Desafio no Gelo(2004), Força Policial(2008) e o interessante Guerreiro(2011).

Uma das coisas que mais me incomodou foi a trama paralela. Na principal, Affleck é um contador, que após descobrir uma fraude, é perseguido por assassinos de aluguel, e praticamente como um super-herói, protagoniza cenas de ação incríveis.


Paralelamente, a receita federal está a procura da figura do “contador”, e para isso, coloca a agente Medina (Addai-Robinson) no seu encalço. Sendo assim, apesar das histórias ocorrerem de forma paralela, ela se desenvolve de forma superficial e pouco contribuindo com o resultado final.

O roteiro é envolto por história entrelaçadas e reforçadas através de flashbacks, ajudando a compor o histórico do personagem principal desde a infância. O roteiro também prioriza as questões familiares de Wolff, assim como, os seus conflitos, limitações, habilidades e superações.


A trama, que é encoberta por um tom de suspense, até tenta surpreender o espectador com “grandes sacadas”, mas sinceramente, grande parte eram imagináveis ou incompatíveis com a história.

“O Contador” é na realidade um filme de super-herói. Essa é a melhor concepção da obra, e comprovada na sequência final. Apesar de fantasioso, ainda assim a obra possui seus encantos. É vibrante, dona de um ótimo ritmo e de um personagem principal realmente espetacular. Se  a obra é imperdível, sinceramente não me arrisco a tanto, mas que é um bom divertimento, isso não posso negar.

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