Críticas de Filmes

Críticas de Filmes

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Crítica: Que Viva Eisenstein! 10 Dias que Abalaram o México (2015) **

Direção: Peter Greenaway
Elenco: Elmer Back, Luis Alberti, Maya Zapata.

Sinopse: Depois de estabelecer sua reputação na União Soviética, o cineasta Sergei Eisenstein (Elmer Bäck) se muda para Guanajuato, no México, para dirigir o novo projeto "Que Viva México!". Chegando ao país, encanta-se com a nova cultura e passa a levar uma vida de excessos e de descobertas. Assim, as filmagens sofrem muitos atrasos e os custos do projeto aumentam, gerando conflitos com os produtores. Sem familiares ou amigos por perto, o inseguro Eisenstein torna-se cada vez mais próximo de seu guia local, o mexicano Palomino Cañedo (Luis Alberti), com quem inicia um relacionamento amoroso. 

Meu Comentário: O diretor russo Sergei Eisenstein é sem dúvida alguma um dos maiores nomes da história do cinema, tendo uma importante contribuição para o desenvolvimento cinematográfico. Em sua filmografia estão presentes grandes obras, mas entre elas reina uma unanimidade o clássico “O Encouraçado Potemkin (1928)”, um dos melhores filmes da história do cinema.

Além desse, dirigiu filmes que são obrigatórios para qualquer cinéfilo ou estudante de cinema: A Greve(1925), Outubro (1928), Ivan, o Terrível (1945/1958) e Que Viva Mexico!, um documentário que nunca teve o poder de montar. Que Viva Eisenstein fala justamente sobre esse período, a filmagem no México do filme/documentário. A grande questão que envolve o filme é a direção de Peter Greenaway, que para quem não conhece, é inglês e dono de uma técnica de filmagem nada convencional. É um diretor multimídia, ousado e provocante. Em Que Viva Eisenstein, o diretor utiliza todo o seu repertório para chocar o seu espectador, desconstruir o personagem principal e acima de tudo, apresentar uma montagem desconcertante e por vezes, incômoda.

O filme apresenta o diretor Sergei Eisenstein como um descontrolado, um pervertido e preguiçoso. Além disso, demonstra que o personagem encontrou no México tudo que não tinha acesso na Rússia: água encanada, liberdade intelectual e liberdade sexual. Além do mais, o filme abusa de cenas sexuais para representar as perversões que estavam na cabeça do diretor, mas as cenas podem chocar um público despreparado. Tudo em Que Viva Eiseinstein foge da convencionalidade. Narrativa, desenvolvimento, montagem, trilha sonora, o filme é uma construção de exageros.

O maior erro do filme é ser apresentado “um tom acima”, seja nas atuações, na direção, no roteiro. O excesso de excessos. Que Viva Eisenstein poderia ser um grande filme, um verdadeiro retrato cinematográfico de um dos maiores gênios da história do cinema, mas não, Peter Greenaway preferiu aderir a “chanchada”, a chacota, assim como Guilherme Fontes preferiu utilizar em Chatô – O Rei do Brasil. Infelizmente ambas as obras esqueceram o homem e preferiram a caricatura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário