Direção: Ciro Guerra
Elenco: Nilbio Torres, Antonio Bolivar, Jan Bijvoet, Brionne Davis.
Sinopse: Théo (Jan Bijvoet) é um explorador europeu que conta com a ajuda do xamã Karamakate (Nilbio Torres) para percorrer o rio Amazonas. Gravemente doente, ele busca uma lendária flor que pode curar sua enfermidade. Quarenta anos depois, a trilha de Théo é seguida por Evan (Brionne Davis), outro explorador que tenta convencer Karamakate a ajudá-lo.
Meu Comentário: Finalista na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar 2016, O Abraço da Serpente é o primeiro filme colombiano a conseguir tal proeza. Sinceramente me surpreendi com a escolha, já que o filme possui uma narrativa que “exige demais” de seu espectador, algo que os votantes da premiação normalmente evitam. O filme é resultado de uma belíssima proposta estética do diretor Ciro Guerra e do diretor de fotografia David Gallegos, que optaram em realizar o filme em preto e branco e ousaram com uma história transcendental.
O filme é baseado nos diários de dois exploradores decididos a desvendar os segredos de uma Amazônia ainda impenetrada. Além de seu visual deslumbrante, O Abraço da Serpente possui grandes interpretações, com destaque para os dois atores (não profissionais) que interpretam o xamã Karamakate. Variando sua narrativa entre presente e passado, seu roteiro transpõe tempo e espaço com uma essência histórica, profunda e antropológica da relação entre o homem branco e os índios, e consequentemente, do homem com a natureza. Abrangendo-se nas questões religiosa, espiritual e na transferência de conhecimento. Pesa contra o filme uma certa monotonia em seu desenvolvimento, causando um certo distanciamento do seu espectador.
Chamo atenção para sua conclusão que evoca o clássico 2001- Uma Odisseia no Espaço (1968), e em relação as dificuldades naturais encontradas por seus personagens ao longo de seus tortuosos caminhos o filme remete-se ao engenhoso Fitzcarraldo (1982), de Werner Herzog. O Abraço da Serpente, entre erros e acertos, ainda assim merece sua atenção, pois é um dos mais significativos filmes da temporada 2015/2016.
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