Direção: Quentin Tarantino
Gênero: Faroeste
Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Kerry Washington, Jonah Hill.
Sinopse: Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto cujo passado brutal com seus antigos proprietários leva-o ao encontro do caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Schultz está em busca dos irmãos assassinos Brittle, e somente Django pode levá-lo a eles. O pouco ortodoxo Schultz compra Django com a promessa de libertá-lo quando tiver capturado os irmãos Brittle, vivos ou mortos. E com isso os dois partem em uma aventura repleta de violência para tentar resgatar Broomhilda( Kerry Washington), esposa de Django que foi comprada por Calvin Candie (DiCaprio), um poderoso fazendeiro escravagista.
Minha Crítica
Como é bom assistir a um filme verdadeiramente construído por um diretor tão autoral como é Quentin Tarantino. Após criar grandes obras na história do cinema recente: o genial Pulp Fiction, a sanguinolenta homenagem aos filmes orientais Kill Bill, o premiado Bastardos Inglórios e também roteirizar os memoráveis Amor à Queima Roupa e Um Drink no Inferno, Tarantino novamente volta a sua melhor forma e surpreende com Django Livre, para mim seu melhor trabalho desde a criação de sua obra prima Pulp Fiction em 1994.
Para começar, não consigo enxergar toda essa violência diagnosticada em Django Livre, na realidade enxergo que toda essa violência explicita ou não em Django é obrigatoriamente justificada, ao contrário de outros filmes do diretor, cito como exemplo Kill Bill, que tenta brincar com a violência para entreter seus espectadores. Ainda tenho outra visão sobre a violência em Django, percebo uma maturidade do realizador Tarantino até mesmo em trazer beleza e exuberantes fotografias durante as “poucas explicitas cenas de sangue”, sempre em contrapartida fazendo questão de filmar a beleza da cena pós-morte, seja em um cavalo branco ou em rosas, tudo filmado de maneira muito limpa e nada abstrata.
Django Livre me surpreendeu do primeiro minuto até o minuto final, para mim, o filme além de ser um espetáculo visual também possui um roteiro memorável e brilhante, merecendo tanto o Globo de Ouro que venceu na categoria, como também sua indicação ao Oscar (e que vou fazer questão de torcer por sua vitória). A construção dos personagens em Django é genial, os diálogos e frases são geniais, tudo em Django tem uma razão e uma conclusão, esse é o grande mérito da obra.
Não existe personagens, ações, ou mesmo violência que não tenha uma boa razão ou que proporcione uma cena envolvente e inesquecível, talvez essa seja a característica que abrilhante ainda mais o filme e o torne uma obra diferenciada, são várias as cenas que não consigo tirar da cabeça mesmo uma semana após ver o filme: a ótima cena de apresentação do personagem de Christoph Waltz ( o caçador de recompensas Dr. Schultz); a chegada de Django a fazenda de Calvin(DiCaprio) e a maneira contestadora e aterrorizada na qual o personagem de Samuel L.Jackson fica ao perceber que “um negro” vai ficar na casa do seu patrão; a brilhante cena da tocaia e toda discursão involuntária sobre o corte das mascaras e a maneira simples e corriqueira na qual Tarantino brinca com a situação e demonstra todo seu bom humor e talento; sem citar as incontáveis frases de efeito e toda grandiosidade dos seus minutos finais.
É tão difícil falar de um filme tão magnifico com Django que se pudesse resumir diria, veja o filme agora, pois é uma obra prima do começo ao fim. Mas tenho também que chamar atenção para as excepcionais atuações de todo o elenco: Jamie Foxx está muito convincente como Django; Samuel L.Jackson rouba a cena como o mordomo Stephen (que eu acho uma das melhores coisas do filme e daria facilmente uma indicação como Ator Coadjuvante), Leonardo Dicaprio apresenta mais uma grande atuação (apesar de não ser um daqueles que contesta sua não indicação ao Oscar); e o melhor, Christopher Waltz tem uma atuação soberba, marcante e que supera e muito a sua também premiada atuação em Bastardos Inglórios. Waltz apresenta e representa toda a frieza e sutileza do personagem que considero uma das mais deslumbrantes e interessantes atuações que vi nos últimos anos. Merecidamente premiada com o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante e que tem todo meu apoio também na corrida pelo Oscar. Na verdade, todas as melhores cenas e diálogos presentes em Django possuem a presença e a marcante atuação de Christoph Waltz e seu Dr. Schultz.
Django é um filme fantástico. A Direção de Quentin Tarantino é fantástica, seu roteiro, seus personagens, as atuações, a excelente trilha sonora, a construção das cenas, resumindo, Django Livre é até aqui o melhor filme que vi no último ano e meu favorito na corrida pelo Oscar.
Oi Gustavo!
ResponderExcluirAté que enfim encontrei um crítico com os pés no chão, meus parabéns!
Olha, não ligue, mas gostaria de comentar algumas partes do seu excelente texto, ok?
Você escreveu...
"...na realidade enxergo que toda essa violência explicita ou não em Django é obrigatoriamente justificada..."
Eu também penso assim, Gustavo! Aliás, seria estranho se não houvesse nada disso, não é?
O que os expectadores e críticos esperavam do contexto histórico em que o filme foi baseado?
Doçura e rosas quando o assunto é a respeito da escravatura dos negros?
Aliás, o filme não se baseou somente nisso...
Convenhamos que em um mesmo "prato", Tarantino colocou muitas coisas para serem digeridas, melhor dizendo, vomitadas.
"Django Livre me surpreendeu do primeiro minuto até o minuto final, para mim, o filme além de ser um espetáculo visual também possui um roteiro memorável e brilhante, merecendo tanto o Globo de Ouro que venceu na categoria, como também sua indicação ao Oscar (e que vou fazer questão de torcer por sua vitória). A construção dos personagens em Django é genial, os diálogos e frases são geniais, tudo em Django tem uma razão e uma conclusão, esse é o grande mérito da obra."
Concordo e assino embaixo!
Um sarcasmo que somente Tarantino sabe expor sem medo de ser feliz.
"Django é um filme fantástico.
A Direção de Quentin Tarantino é fantástica, seu roteiro, seus personagens, as atuações, a excelente trilha sonora, a construção das cenas, resumindo, Django Livre é até aqui o melhor filme que vi no último ano e meu favorito na corrida pelo Oscar."
Olha, se eu levasse em conta o que certos críticos escrevem a respeito de determinados filmes e atores, juro, não amaria a Sétima Arte!
Não digo você, mas certos comentários que li, soam como um bando de gente frustada que AMARIA estar na pele dos protogonistas ou diretores de cinema que criticam ferozmente.
Parabéns, amei o que escreveu sobre Django Livre!
Pena que você não tem uma lista de membros, hein?
Mas vou acompanhar a partir de agora o seu espaço, viu?
Abraços