Críticas de Filmes

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domingo, 23 de outubro de 2016

Crítica: O Homem nas Trevas (2016) ***

Direção: Fede Alvarez
Elenco: Stephen Lang, Jane Levy, Dylan Minette, Daniel Zovatto

Meu Comentário: Apesar de uma incontestável semelhança a incontáveis filmes do gênero, “O Homem nas Trevas” é realmente diferenciado. A obra é um competentíssimo suspense, com as melhores características do estilo cinematográfico, sem falar no constante clima de tensão, que realmente faz o espectador ficar “na pontinha da poltrona”. Se não viu, veja! Ele merece sua atenção.

Três jovens são especialistas em furtos domésticos. Quando recebem a informação que um excêntrico senhor cego mantém uma grande quantia em dinheiro dentro de casa, elaboram o roubo, aquele que seria o “gran finale” de suas vidas no crime. No entanto, o “velho” é um ex-combatente do exército, repleto de habilidades. E seguindo a história, “os gatos acabam se tornando ratos” na casa do misterioso homem.

O filme chama atenção pela qualidade da direção de Fede Alvarez (A Morte do Demônio), que tenta tanto na estética, quanto no desenvolvimento do roteiro, fugir das previsibilidades da história. Além disso, merece destaque as atuações da carismática Jane Levy, Dylan Minnette (Alex) e principalmente Stephen Lang, um ator desconhecido de grande parte do público, e que está magistral no papel do misterioso homem.


Outro mérito da obra é mexer com a “quebra de expectativa” do espectador. Como havia afirmado, o roteiro tenta de diversas formas fugir do “lugar comum” e apresentar um filme particularizado. Mas ainda assim, estamos falando de uma obra que parte do princípio de uma história corriqueiramente levada às telas. Uma das provas disso é a “grande reviravolta no roteiro”, que para mim, foi totalmente previsível. E modéstia a parte, assim que a história começou a se “desenhar” já imaginei a possibilidade, e “bingo”, acertei em cheio.

As reviravoltas fazem parte da trama, assim como as cenas sanguinolentas. Uma das sacadas do filme é no desenvolvimento dos personagens. Inicialmente, os assaltantes são os criminosos e o homem cego o mocinho. Mas devido ao dilema do assalto, onde “a mocinha” rouba para dar um futuro melhor para ela e sua irmã, e a “surpresa” envolvendo o velho, o espectador acaba mudando de torcida.


A única vantagem dos ladrões em relação ao homem cego é a visão. Ao descobrir os assaltantes dentro de casa, e também suas motivações, o homem passa a caça-los de todas as formas. É aí que acontece um dos grandes momentos da obra, quando tudo fica escuro, a vantagem troca de lado, e o que segue são momentos de aflição para o espectador.

O maior demérito do filme está na previsibilidade de alguns pontos chave do roteiro, como a dispensável questão envolvendo a “inseminação artificial”, que sinceramente, pouco acrescenta. Ao contrário, é aquele momento em que penso “até parece”. E com isso, o filme afasta o seu espectador daquele clima de imersão na obra.

“O Homem nas Trevas” não é brilhante, mas empolgante. Um dos melhores filmes do gênero em 2016, e mais uma obra surpreendente do diretor uruguaio Fede Alvarez. Realmente estou falando de um filme visceral e assustador. E que faz questão de provocar aos fãs de suspense e de horror com uma experiência horripilante.

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