Críticas de Filmes

Críticas de Filmes

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Filmes da Semana: O Vendedor de Passados, Deus Branco, As Maravilhas, Adeus à Linguagem, O Preço da Fama


O Vendedor de Passados (2015) **
Direção: Lula Buarque
Elenco: Lázaro Ramos, Alinne Moraes.
Meu comentário: Sinceramente o grande mérito do filme é sua premissa, que até no primeiro ato da obra é muito bem desenvolvida, mas a partir daí, o filme acaba se perdendo e trocando toda a originalidade da história por caminhos cada vez mais repletos de clichês e ineficientes.










O Preço da Fama(2014) **1/2
Direção: Xavier Beauvois
País de origem: França
Meu Comentário: Dirigido por Xavier Beauvois, que apesar da curta carreira já chamou a atenção do meio cinematográfico com dois bons filmes: O pequeno tenente(2005) e Homens e Deuses(2010). O preço da fama possui como grande atrativo o seu roteiro, que narra a ação de um plano ousado: quando dois amigos resolvem sequestrar o corpo de Charles Chaplin, que morrera recentemente, e exigir um resgate milionário. Perdido entre a comédia e o drama,  o filme acaba se tornando desinteressante ao longo de sua exibição, e por vezes até mesmo me aborreceu. Ao final, a originalidade ficou de lado, e deu lugar a uma "mão pesada" de Xavier Beauvois na condução da obra, que tinha tudo para ser inesquecível, assim como foi o grande Charles Chaplin, mas que não passa de uma boa tentativa.


Adeus à Linguagem (2014) *
Direção: Jean-Luc Godard
País de Origem: França
Meu Comentário: Nem mesmo o fato de não ser um admirador do renomado (superestimado) Jean-Luc Godard, me conduziram a desaprovar a essa obra experimental e desfragmentada que disputou o Palma de Ouro em Cannes em 2014. Cito que o filme foi  premiado com o Palm Dog, premiação dada ao cão que melhor se desempenha entre as obras concorrentes do festival, e sim, de forma muito merecida.  Muito ao contrário do prêmio dado a Godard( talvez pela carreira?) como melhor diretor, por sua obra desconexa, complexa e experimental.

Até acho valida as tentativas de inovação ainda impostas por Godard, atráves de suas obras e seguindo na direção do rompimento (descoberta?), da linguagem cinematográfica, mas sinceramente, tais filmes não me agradam, na realidade, me aborrecem. Confesso que nem a curta duração do filme (cerca de 70 minutos), me motivou a não torcer para que o experimento chegasse ao fim. E continuo minha confissão, afirmando minha eterna predileção por  obras convencionais, lineares e ainda ligadas a arte da narrativa convencional, salve algumas raras, e memoráveis, exceções.



Deus Branco (2014) ***
Direção: Kornél Mundruczó
País de Origem: Hungria
Meu Comentário: Premiado como melhor filme na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, Deus Branco é a grosso uma versão canina do excelente Planeta dos Macacos: A Origem(2011), mas ao invés dos macacos, nesse interessante filme húngaro, são os cachorros que se organizam para se vingarem dos humanos. Chocante e protagonizado por um cão que realmente rouba a cena (também venceu o Palm Dog em Cannes), nem mesmo a subjetividade sempre presente na obra (e principalmente em sua conclusão), tiram o foco de seu roteiro muito bem construído, assim como de sua montagem, que realmente surpreende. Em alguns momentos o filme chega a caminhar pela caricatura de si mesmo, mas aos poucos retoma sua função de ser uma parábola a discriminação racial. Gostei e indico.


As Maravilhas(2014) **
Direção: Alice Rohrwacher
País de Origem: Itália
Meu Comentário: Além de disputar o Palma de Ouro em Cannes, As Maravilhas  foi premiado com o Grande Prêmio do Juri, o segundo premio mais importante do festival. E posso garantir que não era para isso tudo. O filme é básico, subjetivo, e de poucos atrativos, tanto visuais quanto em seu desenvolvimento. E mesmo sendo eficaz na função de alegoria da passagem de uma menina para a vida adulta, e possuir personagens realmente cativantes e uma sensação onírica sempre presente, foram capazes de me fazer embarcar nessa viagem totalmente irregular que é muito mal conduzida pela direção de Alice Rohrwacher (que a priore, tentou realizar uma obra relativa a sua infância), . Pra ser sincero o filme não chega a aborrecer, ao contrário, prendeu minha atenção, mas ao seu final, se percebe que a obra não passa de uma interessante tentativa de surpreender, fato que acaba não ocorrendo.


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