Críticas de Filmes

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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Crítica do Filme: Êxodo: Deuses e Reis (2014) ***

Direção: Ridley Scott
Elenco: Christian Bale, Joel Edgerton, John Turturro, Sigourney Weaver, Aaron Paul.


Sinopse: Adaptação da história bíblica do Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento, o filme narra à vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus e criado como parte da família real do faraó do Egito. E quando se torna adulto, Moisés recebe ordens de Deus para ir ao Egito, na intenção de liberar os hebreus da opressão. E no caminho, ele deve enfrentar a travessia do deserto e passar pelo Mar Vermelho.

Meu Comentário: Êxodo: Deuses e Reis é definitivamente um bom filme. E mesmo que seja repleto de erros e acertos, consegue ser muito superior a outra importante adaptação aos cinemas de uma passagem bíblica, o irregular Noé, que foi dirigido por Darren Aronofsky e também chegou aos cinemas este ano. Entretanto, ambos as obras me decepcionaram, e talvez a decepção com Êxodo seja ainda mais evidente uma vez que tenho como parâmetro o excelente Os Dez Mandamentos (1956), foi brilhantemente dirigido por Cecil B.DeMille, e possui atuações memoráveis de Charlton Heston e Yul Brynner, respectivamente nos papeis de Moisés e Ramsés.

O grande problema de Êxodo e Noé, é que a história retratada de ambas as obras é de conhecimento prévio de grande parte do público, e eventuais mudanças, mesmo que discretas e autorais (tão presentes em ambos os filmes), acabam causando um estranhamento, e olha que o meu questionamento não é em relação a bíblia, e sim em relação a história retratada e as opções dos roteiristas e diretores.

Quando fiquei sabendo que ambos os filmes estavam sendo produzidos, e também os nomes que estavam envolvidos nos projetos, confesso que imaginei as maravilhas que a tecnologia de hoje poderia proporcionar as duas excelentes histórias. E quando Êxodo começa, logo me deparo com equivocadas interpretações da história, além de uma enxurrada de cenas de ação que em nada acrescentam ao filme e algumas escolhas precipitadas do elenco, principalmente no trio egípcio: John Turturro, Sigourney Weaver e Joel Edgerton (que melhora ao longo do filme).

Mas nem mesmo o excesso de imprudentes escolhas  consegue estragar uma história tão boa quanto é a saga de Moisés e as dez pragas lançadas por Deus sobre o Egito. E mesmo que falte um pouco de emoção e conflitos entre os personagens, o filme possui várias e várias cenas que são visualmente hipnotizantes. E uma das minhas cenas prediletas é quando Ramsés contesta Moisés sobre sua possível origem. A cena é altamente angustiante, bem filmada e possui uma carga emocional elevada. Sem falar na brilhante atuação de Christian Bale, que confesso, demorei a me acostumar com a ideia de Bale ser Moisés, mas ao longo do filme ele me convenceu com todos os méritos.

Êxodo: Deuses e Reis é uma obra grandiosa, que infelizmente tenta conquistar seu espectador com sua grandiosidade visual, ao invés de utilizar toda a profundidade e sensibilidade de sua história. E entre tantos erros e acertos, o filme prende a atenção do seu espectador e se torna o melhor trabalho do diretor Ridley Scott nos últimos anos.

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