Críticas de Filmes

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sábado, 26 de janeiro de 2013

Crítica do Filme: Amor (2012) ***

 Pré-Estréia hoje hoje no CINE JARDINS 21hs.
Direção: Michael Haneke
Gênero: Drama
Elenco: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert.

Minha Crítica
Vencedor do Palma de Ouro em Cannes como melhor filme, vencedor do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, indicado a cinco prêmios do Oscar (inclusive o de melhor filme) e apontado por grande parte da critica mundial como uma das melhores obras de 2012. Amor que é dirigido pelo cultuado Michael Haneke, tem um currículo vigoroso, mas que se analisarmos friamente o filme vamos verificar que não passa de  uma obra correta e onde as interpretações sobressaem sobre o resultado final.

O diretor Michael Hanake, que já venceu o Oscar de filme estrangeiro com o “difícil” e cultuado A Fita Branca(2009), e também dirigiu os polêmicos Jogos Perigosos(1997) e A professora de Piano (2000), todos repletos de qualidades e com grandes admiradores, desta vez resolveu “fugir” da polêmica e realizou uma obra crua, direta e que aborda dois sentimentos e sentidos humanos universais , o amor e também a morte.

“Amour” aborda com delicadeza a relação de um casal octogenário, altamente intelectualizado e que vivem sozinhos e envoltos de um grande sentimento de cumplicidade. Músicos, ávidos leitores e extremamente educados, Anne e Georges dividem tudo e se tratam de maneira amável e deixa nítido para o espectador toda a sincronia em torno do casal. Até que um derrame acomete Anne e a partir daí o filme toma outros rumos e segue o objetivo imaginado por Haneke, o amor e suas nuances frente à degradação de uma senhora inteligente e altiva e também o declinio da relação do casal.

Realizando uma obra sem sentimentalismos e extremamente crua, o diretor extravasa todas as dificuldades da doença de Anne e principalmente da forma em que Georges mesmo visualmente debilitado, tenta manter a dignidade de sua esposa a qualquer custo e ainda com grandes doses de carinho e amor ( até mesmo quando extrapola em seus atos pelo bem de sua esposa).Vale ressaltar que o grande mérito do filme e sem dúvida alguma as atuações de Jean-Louis Trintignant como Georges e especialmente Emmanuelle Riva, que está verdadeiramente sensacional como Anne e consegue construir sua personagem com realística maestria e sem exageros, tanto que ambos foram muitíssimos premiados por suas atuações em “Amour” e Riva ainda foi indicada ao Oscar de melhor atriz. Um luxo para uma magnífica atriz de 85 anos de idade.

Desenvolvido de forma terna e sem oscilações, se passando inteiramente dentro do apartamento do casal e sempre utilizando uma câmera fixa em suas filmagens (tentando assim transparecer toda solidez da história), “Amour” é um filme que tem como tema além do amor a ancianidade, mas que sua abordagem do assunto também apesar de elogiosa, se compara tanto em atuações quanto em resultado final, com outros grandes filmes da história do cinema: Num Lago Dourado, Longe Dela, Conduzindo Miss Dayse, Regresso para Bountiful, Morangos Silvestres, As Baleias de Agosto e também Cocoon.

“Amour” não é uma obra apaixonante, longe disso, é um filme duro e de abordagem crua, porem muito bem construído e conta com atuações verdadeiramente excepcionais. E só não o admiro ainda mais em razão da desnecessário dualidade de seu final.
Trailer Aqui.

2 comentários:


  1. Execelente filme : Amour e retornou ao passado duas vezes;qdo. fiz letras e me formei em profa. de francês ,sendo que ele se perdeu em mim pois não apliquei em sala de aula(vendo o filme com conversação prática do dia a dia do casal e suas "falas ",pausadas ,pude sentir que a lingua francesa (apaixonante ) ainda está em mim;Também de novo o passado ,qdo minha mãe esclerosou e deixou de nos reconhecer,voltando a seu tempo de infância e juventude,me chamava de mamãe e tb. pelo nome de algumas tias,pedia para ir para sua casa e dava o endereço de seus pais... e ,meu marido pode associar a vida de casal que seu irmão de 82 anos leva(sem conseguir alguém que cuide bem da esposa ),cuidando da esposa e da casa e da alimentação dos dois,tendo um filho que mora longe e que só de vez em quando aparece para vê-los.....enfim,parabéns pelo seu comentário.Só o li depois de assistir o filme !tin

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  2. É realmente duro e belo o filme dirigido por Haneke, nada de pieguismo ou melodramático, mostra a vida bela e real.
    Sofrer junto com George e Anne (maravilhosamente bem no papel, a atriz Emmanuelle).
    Espera a trilha mais emocionante, embora ele coloque em alguns pontos com mais impacto, do contrário nos de paramos com o silencio do apartamento. Ficou a pergunta: o que houve com George?

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