Críticas de Filmes

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domingo, 9 de dezembro de 2012

Crítica do Filme: Ruby Sparks, A Namorada Perfeita (2012)**


Direção: Jonathan Dayton e Valerie Ferris    
Gênero: Drama/Comédia
Elenco: Paul Dano, Zoe Kazan, Antonio Bandeiras, Annette Bening.
Brilhante, essa é a melhor palavra para definir o argumento do filme Ruby Sparks, o aguardado novo projeto dos produtores e diretores do ótimo e premiado “Pequena Miss Sunshine” e que acaba em seu contexto final decepcionando os mais exigentes.

O filme narra à vida do fecundo personagem Calvin (o estranho Paul Dano), um renomado romancista que é seguidamente descrito por todos como gênio, mesmo só sendo responsável por uma única e celebrada obra, e que já conta com uma edição especial de dez anos de seu lançamento. Devido a uma enorme cobrança e expectativa de todos – leitores, empresários e editora –, Calvin acaba sofrendo de bloqueio criativo no desenvolvimento de seu novo livro e na tentativa de superar tal dificuldade, acaba contando com a ajuda de seu único amigo e confidente, seu irmão, além de um psicólogo que acaba lhe dando uma missão: escrever sobre um personagem feminino que o visita frequentemente nos sonhos e que acaba sendo idealizada como uma possível namorada perfeita. Desse surto inspirador, nasce seu novo romance e também a personagem Ruby Sparks (Zoe Kazan), que em forma de milagre ganha vida e “salta” das paginas de sua velha maquina de escrever para se relacionar efetivamente com Calvin na vida real.
Claro que todo esse processo de transformação da personagem é inicialmente tratado em tons de humor, mas aos poucos o filme vai se perdendo e tendo graves problemas de ritmo, principalmente nas incansáveis tentativas de explicar e adentrar ainda mais os personagens de Calvin e Ruby, uma namorada “criada” como perfeita, mas que aos poucos deixa evidenciar seus defeitos e desejos pessoais, fatos que entram em contradição com o egocentrismo do personagem de Paul Dano, o fazendo questionar e tentar modificar sua criação. Outro obstáculo pertinente na obra e que na falta de características que a definam ele acaba tendo graves problemas de personalidade ao não se apresentar nem como comédia e tão pouco – apesar da proximidade – um drama. E todas essas faltas de personalidade acabam aproximando a obra da problemática de seu personagem Calvin, pois ambos sofrem de bloqueios criativos momentâneos.
Ruby Sparks é um filme que poderia dar certo por justamente tentar contar uma história de maneira original – mesmo com vários filmes tendo premissas parecidas –, mas acaba se perdendo nas contradições e experimentos de deixar ainda mais complexos seus personagens e que por vezes se tornam extenuantes e pouco atraentes para o espectador, embora as atuações de Paul Dano (que particularmente não gosto) e Zoe Kazan sejam louváveis e na realidade, os grandes atrativos do filme. 

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