Críticas de Filmes

Críticas de Filmes

sábado, 1 de dezembro de 2012

Crítica do Filme: E Agora, Aonde Vamos? (2012) **1/2

Direção: Nadine Labaki
Gênero: Comédia Dramática
Elenco: Nadine Labaki, Yvonne Maalouf, Claude Baz Moussawbaa, Layla Hakim.
Para quem não conhece o cinema Libanês, a partir dos anos 90 seus cineastas e obras, graças principalmente a centenas de festivais de cinema espalhados pelo mundo, ganharam cada vez mais notoriedade e nos últimos anos de maneira até mesmo concreta, vários de seus filmes são premiados ou acabam conquistando grande repercussão mundial. E entre os cineastas libaneses um nome surge com destaque, é o da bela diretora e atriz, Nadine Labaki, tudo devido à qualidade de suas obras e principalmente ao imenso sucesso que elas fazem com o público e com a crítica, além de já ter sido premiada nos principais festivais do mundo, Cannes e Toronto.

“E Agora, Aonde vamos?” é a segunda obra da diretora, e que antes já havia sido reconhecida com o surpreendente Caramelo(2007).  Uma das características de Nadine Labaki é sempre abordar o cotidiano dos seus personagens, mas com uma visão original e principalmente feminina, resultando em produções que conquistam de maneira avassaladora esse público.

O inusitado roteiro de “E Agora, Aonde vamos?”, fala sobre uma pequena comunidade cujo único elo com o mundo exterior é uma velha ponte cercada de antigas minas terrestres. E como o sinal da TV pega muito mal, são poucas as noticias que chegam e também a relação dessas pessoas com o mundo exterior. E apesar de a comunidade ser dividida religiosamente (entre muçulmanos e católicos), ela vive em adormecida paz, tudo devido às continuas e necessárias intervenções femininas (grande alma do filme). Mas quando uma série de acontecimentos desencadeia a divisão da vila e conseqüentemente o iminente conflito entre os homens, as mulheres novamente se destacam dentro da história ao utilizarem inusitadas (e engraçadas) formas de manter e reaver a tranqüilidade na comunidade, chegando até mesmo a extremas ações que as fazem superar seus dramas pessoas, convicções e até sua religiosidade, demonstrando uma grande riqueza desses personagens. Outro fato interessante é que “volta e meia”, algum numero musical surge nas telas, incrementando ainda mais uma obra que poderia ser levada a um “lugar comum”, fato que não acontece.

Religião, diversidade, respeito ao próximo, tudo é abordado de maneira muito coerente e singela por Nadine, e conta ainda com o grande mérito de não escolher um lado da discussão, deixando os julgamentos a cargo do espectador e sobressaindo de maneira clara que o conflito exposto é na realidade uma personificação de qualquer guerra civil pelo mundo e seus impensados atos. E em seu final o filme deixa uma pergunta, e agora, aonde vamos? Pois com os conflitos sociais e guerras eclodindo a todo o momento, fica difícil viver completamente em um ambiente de paz, seja em uma pequena vila meio no meio de uma guerra religiosa ou mesmo em um simples ambiente de trabalho, pois para onde olhamos percebemos diferenças e conflitos sejam eles políticos, religiosos ou passionais.

Nadine conduz tudo de maneira brilhante e a riqueza de seus personagens tornam um filme que poderia ser reconhecido por possuir apenas um roteiro original também uma obra diferenciada, e que se utiliza de seu ótimo ritmo para se tornar uma obra que conquista e levanta questionamentos.

Trailer Aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário