Críticas de Filmes

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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Crítica do Filme: Cosmópolis (2012) **


Direção: David Cronenberg
Gênero: Drama
Elenco: Robert Pattinson, Paul Giamatti, Juliette Binoche, Samantha Morton, Sarah Gordon, Jay Baruchel.
Sinopse: Meio a uma Nova Iorque caótica, entre tumultos e a visita do presidente dos Estados Unidos, Eric Packer (Robert Pattinson), o menino de ouro do mundo financeiro, tenta chegar ao outro lado da cidade para cortar o cabelo. Durante o dia, ele observa o caos e percebe impotente, de dentro de sua limusine, o colapso do seu império. Packer vive às 24 horas mais importantes da sua vida e está certo de que alguém está prestes a assassiná-lo.

Minha Crítica: Quando fiquei sabendo dessa nova produção de David Cronenberg criei exageradas expectativas, tão exageradas quanto algumas recepções da crítica pelo mundo – ao contrário de Cannes, onde o filme foi devastado. Com o tempo, percebemos que a crítica especializada se dividiu de maneira assimétrica, enquanto uns ainda acham o filme uma verdadeira obra prima, outros, dois quais sou da mesma opinião, acham Cosmópolis um filme pretencioso e tão caótico quando a situação exposta, onde sua história é tão mal conduzida quanto sua resolução final.

Depois de dois ótimos filmes na última década - Marcas da Violência(2005) e Senhores do Crime(2007) - e após o irregular Um Método Perigoso(2011), Cronenberg erra a mão em um filme “menor”, difícil, aparentemente experimental, e que por preciosidades, acaba “derrapando” em suas próprias ambições e se tornando um filme monótono, para não usar a palavra mais correta, chato.
O filme tenta através de uma pseudo-intelectualidade nos seus longos diálogos, além de uma forçada desconstrução do personagem Eric Packer – principalmente com relação a sua “não relação” com a sua distante esposa (Sarah Gordon) –, demonstrar que tem um fundo filosófico se o observarmos de maneira mais profunda, mas acredito que tenhamos que verdadeiramente “cavar” muito para conseguir encontrar o que David Cronenberg gostaria de mostrar. 

Cosmópolis, que é baseado no romance do americano Don Delillo, é composto por um emaranho de personagens que relacionam com Eric de maneira direta e fria, seja durante uma negociação profissional ou mesmo uma relação sexual, onde grande parte das ações ocorrem em seu claustrofóbico e seguro cenário, sua luxuosa limusine branca. Em sua “fortaleza”,  Eric vê e percebe o mundo de maneira irreal, como se seu pequeno “casulo” fosse um santuário a parte do restante da sociedade. Chegando ao cumulo de não perceber a gravidade de um crime ou mesmo o quão exposto sua vida está em relação ao mundo, seja nas mãos de um possível assassino, ou em uma grave crise financeira.

 Cosmópolis poderia ser um filme poderoso, mas o resultado final acaba sendo decepcionante e que de alguma forma acaba lembrando o inicio de carreira de Cronenberg, onde a qualidade final de suas produções era raridade e suas grandes obras da época – “Videodrome”, “Mistérios e Paixões” e “Scanners” – são mais cultuadas por sua forma do que pelo conteúdo.         

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