Críticas de Filmes

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domingo, 28 de agosto de 2016

Crítica: A Lenda de Tarzan (2016)****

Esta não é a primeira adaptação da clássica história do garoto órfão, criado na selva por gorilas, e que mais tarde, aprende a se adaptar a vida entre os humanos. Tarzan já foi inúmeras vezes levado as telas do cinema, e entre todas as adaptações da obra literária do americano Edgar Rice Burroughs, três se destacam: os filmes da década de 1930 protagonizados por Johnny Weissmuller, a animação produzida pela Disney em 1999 e “Greystoke: A Lenda de Tarzan”, filme de 1984, com Christopher Lambert no papel principal.

A Lenda de Tarzan é uma competente releitura da história clássica. O filme é uma grande aventura, repleto de emocionantes cenas de ação, ótimos efeitos visuais e uma narrativa que consegue “hipnotizar” o seu espectador.

O filme se passa na década de 30, quando Tarzan já está adaptado a vida de Londres e vivendo ao lado de sua esposa Jane. Após uma solicitação do Parlamento Britânico, ele é convocado para retornar à África e conter as barbáries cometidas pelo Governo belga, que escraviza a população do Congo em busca de riquezas para sustentar um país praticamente falido. 

O filme se alterna entre presente e passado para contar a história da lenda do Tarzan, ao mesmo tempo, acompanha a grande jornada do herói contra as tropas comandas pelo maléfico Leon Rom, emissário do governo belga, e responsável por encontrar os diamantes que tornariam o avanço do país no Congo incontrolável.

Leon Rom é brilhantemente interpretado por Christoph Waltz, em mais um papel marcante. Lembro que Waltz já venceu em duas oportunidades o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, e todas justíssimas: Bastardos Inglórios (2009) e Django Livre (2012).
O filme é dirigido com enorme competência por David Yates, diretor que foi o responsável por quatro filmes da saga Harry Potter. Garanto que parte da exuberância do filme pode ser creditada ao diretor. Yates construiu grandes sequências de ação, tomadas incríveis e um ritmo que não deixa o espectador se cansar do filme.

Tarzan é interpretado por Alexander Skarsgard, que apesar de ser pouco carismático, chama atenção por seu corpo moldado e uma força/presença que lembra os últimos grandes heróis levados as telas. Mas quem disse que Tarzan não é um super-herói das selvas? Acho que o próprio personagem é uma definição disso.

Um dos grandes destaques do filme é a atriz australiana Margot Robbie, no papel de Jane. Além de belíssima, sua atuação é extremamente eficiente. É bom mencionar que Margot chamou atenção do grande público, e da crítica, com sua aparição em “O Lobo de Wall Street, protagonizado por Leonardo DiCaprio. e dirigido por Martin Scorsese.

Outro destaque é Samuel L.Jackson, que mais uma vez rouba a cena. Ele interprete um emissário americano que acompanha Tarzan em sua incrível jornada. E assim, como já havia feito em Django Livre, “rouba o filme” com suas ótimas falas, sendo dele os melhores momentos de alívio cômico da obra.

A Lenda de Tarzan apresenta toda a exuberante beleza natural africana e chama atenção para questão de proteção ambiental. Além disso, e principalmente,  faz uma poderosa crítica ao domínio colonial que ocorreu na África. Principalmente relacionados à escravidão e a destruição da cultura local.

Uma das curiosidades em torno de “A Lenda de Tarzan” é o fato de o filme ser muito semelhante ao ótimo Mogli: O Menino Lobo, que considero um dos melhores filmes de 2016. Essa semelhança é principalmente estética, é claro, mas garanto que são dois grandes filmes, e que facilmente os coloco entre os melhores do ano, até o momento é claro.

A Lenda do Tarzan é um competentíssimo filme de aventura, dono de todos os melhores elementos que podem compor uma obra do gênero. Também não posso deixar de elogiar o fato de ser tecnicamente perfeito, e que apesar dos exageros da história, e das cenas inverossímeis, é uma obra realmente imperdível! 

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