Direção: Robert Eggers
Sinopse: Nova Inglaterra, década de 1630. O casal William e Katherine leva uma vida cristã com suas cinco crianças em uma comunidade extremamente religiosa, até serem expulsos do local por sua fé diferente daquela permitida pelas autoridades. A família passa a morar num local isolado, à beira do bosque, sofrendo com a escassez de comida. Um dia, o bebê recém-nascido desaparece. Teria sido devorado por um lobo? Sequestrado por uma bruxa? Enquanto buscam respostas à pergunta, cada membro da família seus piores medos e seu lado mais condenável.
Meu Comentário: Após tanto falatório fiz questão de assistir a esse filme que se intitula “diferente de tudo que você viu”. Tranquilamente posso afirmar que já vi inúmeros filmes semelhantes, e digo mais, alguns são muito melhores.
O filme é basicamente uma mistura de A Vila (2004), em relação ao temor que o bosque exerce sobre a família, e também ao ótimo As Bruxas de Salém (1996), em relação ao terror psicológico e ao clima de tensão da obra. Se você planeja assistir ao filme contanto com cenas de susto ou assombrosas, esse é o filme errado. A Bruxa é estruturalmente um terror psicológico, repleto de metáforas e onde a religiosidade é muito importante para a condução da trama e ampliação dos principais momentos do filme. Já que segundo a moral cristã, o mal está em cada um de nós.
O maior destaque do filme é a atuação do elenco, e onde destaca-se a jovem Anya Taylor Joy, que realmente é o único ponto brilhante em um filme tão modesto. Para o público mais jovem (e impaciente) seguem alguns alertas. O filme é lento, contemplativo e as cenas de “horror” são poucas, ou dependendo de sua sede de sangue, praticamente nulas.O seu ápice é o último ato, gosto demais de sua solução final , mas acredito que vá decepcionar muito, principalmente o público alvo (os jovens-adultos). A Bruxa não chega a ser uma perda de tempo total...mas decepciona!
(COM SPOILER)
ResponderExcluir"se você planeja assistir ao filme contanto com cenas de susto ou assombrosas esse é o filme errado."
É ótimo que o filme que se prenda aos jumpscares. Tem muito longa do gênero que dá um milhão de sustinhos e o público sai do filme com a sensação de que a obra é sensacional. Mas esse recurso é uma mera muleta. Aqui a construção do terror pela trilha (que não é óbvia), fotografia acinzentada e principalmente daquilo que não é mostrado é muito eficiente.
Definitivamente não concordo que a atuação da Anya Taylor Joy seja o único ponto brilhante. Tanto os pais (principalmente o pai), quando o filho do meio - e até a menina mais nova - estão sensacionais. Cada um por um motivo diferente. Há momentos por exemplo que o jovem Harvey Scrimshaw, o Caleb, carrega o filme sozinho (no bom sentido).
" as cenas de “horror” são poucas, ou dependendo de sua sede de sangue, praticamente nulas"
Como assim, cara? Tudo ali está encoberto por uma áurea de horor... o bebê sendo cortado, cada oração, o bode, o coelho... até as conversas entre eles rolando quase uma inquisição...
Achei o terceiro arco o mais fraco de longe.. a cena final dela flutuando foi completamente desnecessária. E o destino dos gêmeos ficou esquisito também...