Críticas de Filmes

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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Crítica: Aliança do Crime (2015) ****

Direção: Scott Cooper
Elenco: Johnny Depp, Benedict Cumberbatch, Joel Edgerton, Dakota Johnson, Kevin Bacon, Peter Sarsgaard

Sinopse: Whitey Bulger (Johnny Depp), irmão de um senador dos Estados Unidos, foi um dos criminosos mais famosos da história do sul de Boston. Ele começou a trabalhar como informante do FBI para derrubar uma família de mafiosos, mas foi traído pela agência, tornando-se um dos homens mais procurados do país. Baseado em uma história real.

Meu Comentário: Baseado em uma história real, Aliança do Crime se confirma como um dos melhores filmes de 2015 e a melhor obra da carreira do diretor Scott Cooper, que anteriormente havia dirigido: Coração Louco (2009), que merecidamente rendeu o Oscar de melhor ator para Jeff Bridges e o irregular Tudo pela Justiça(2013), protagonizado por Christian Bale.

Sendo um ótimo representante dos filmes de gangsteres, Aliança do Crime muito se assemelha a dois clássicos do gênero: o excelente “Os Bons Companheiros” (1990), que nitidamente o homenageia, para não dizer que o cópia. Fato que fica ainda mais evidente em uma das primeiras cenas do filme onde alguns personagens conversam ao redor de uma mesa. E quando eu digo que há semelhanças são tanto estruturais quanto na apresentação dos personagens. E também não posso negar a equivalência da obra com Os Infiltrador(2006), também dirigido por Martin Scorsese. E onde enxergo paridade principalmente no seu desenvolvimento e na semelhança dos personagens policiais (Matt Damon e Joel Edgerton).

O filme se desenrola-se a partir da relação de três personagens centrais: o mafioso Jimmy “Whitey” Bulger, protagonizado por Johnny Depp; o agente do FBI John Connoly( Joel Edgerton) e o Senador Billy Bulger, irmão de Jimmy Bulger e protagonizado por Benedict Cumberbatch.

Em relação ao elenco, já adianto que acho muito improvável uma vitória de Johnny Depp nas principais premiações (apesar dos elogios). E mesmo tendo admirado sua contida atuação (bem distante dos seus costumeiros exageros), acho que Depp não brilha o suficiente para emplacar os principais prêmios, diria até, que, dependendo dos concorrentes, nem uma indicação eu garantiria. Mas é bom deixar bem claro que o seu personagem é marcante. Tanto por sua crueldade quanto por sua frieza.

E entre uma enxurrada de personagens interessantes, meu destaque vai para Joel Edgerton, que consegue desenvolver com qualidade o personagem que é agente do FBI mas possui uma ligação “de sangue” (e temor), com o maior criminoso de Boston e amigo de infância, Jimmy Bulger. Acho muito intrigante o desenvolvimento de ambos personagens e a forma como estão tão associados, que fica até difícil descobrir quem é mais dependente de quem. O agente do criminoso ou o criminoso do agente. 

Tecnicamente bem realizado, gostei muito das tomadas utilizadas por Scott Cooper e seu diretor de fotografia. E onde a utilização de câmera lenta em algumas cenas, assim como a constante variação entre zoom in - zoom out, alteram a perspectiva para o espectador criando a sensação de um “olhar de fora”. 

Aliança do Crime é um filme diferenciado e repleto de qualidades, tanto estéticas quanto no desenvolvimento do seu ótimo roteiro. E provavelmente o deveremos ver nas principais premiações de 2015/2016. E o melhor de tudo, adorei e me surpreendi com a conclusão do filme (fácil de ser acompanhada e repleta de informações complementares). O que só ajuda a confirmar Aliança do Crime como um dos mais poderosos filmes do ano.

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