Críticas de Filmes

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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Crtítica do Filme: O Grande Gatsby (2012)*** e O Grande Gatsby (1974) ***

 




















Grande Gatsby (1974)
Direção: Jack Clayton
Gênero: Drama/ Romance
Elenco: Robert Redford, Mia Ferrow, Bruce Dern, Sam Waterston, Karen Black, Scott Wilson

O Grande Gatsby (2013)
Direção: Baz Luhrmann
Gênero: Drama/ Romance
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan, Isla Fisher, Jason Clark.


Sinopse: Nick Carraway, tinha um grande fascínio por seu vizinho, o misterioso Jay Gatsby. Após ser convidado pelo milionário para uma festa incrível, o relacionamento de ambos torna-se uma forte amizade. Quando Nick descobre que seu amigo tem uma antiga paixão por sua prima Daisy Buchanan, ele resolve reaproximar os dois, esquecendo o fato de ela ser casada com seu velho amigo dos tempos de faculdade, o também endinheirado Tom Buchanan. Agora, o conflito está armado e as consequências serão trágicas.

Comentário: Apesar de já possuir a muito tempo em minha cinemateca O Grande Gatsby (1974), nunca havia tido a oportunidade de assistir ao filme que é baseado na tradicional e clássica obra literária americana escrita por F. Scott Fitzgerard. E aproveitando a estreia da versão de Baz Luhrmann para o mesmo romance, aproveitei e assisti às duas obras em sequência. Primeiro a clássica versão de 74, depois a nova roupagem dada por Lurhmann em 2013. E já de antemão posso sintetizar que ambas as versões possuem erros e acertos, mas que no geral deram forma a dois bons filmes e que a meu ver são totalmente equivalentes.


A versão de 1974 foi dirigida por Jack Clayton, que seguindo os moldes de seu “estilo inglês”, resolveu optar por uma obra mais clássica, podendo dizer que é até mesmo distante do espectador. Por vezes tenho a impressão que é uma versão “engessada” e que em alguns momentos carece de brilho. Tudo ocorre de maneira lenta, suave, e onde até mesmo as atuações são mais intimistas e com isso se sobressaem sobre as atuações da versão de 2013. Já o diretor Baz Lurhmann – que dentro de sua cinematografia destaco o fascinante Moulin Rouge (2001) e que considero uma obra prima –, realizou uma obra com requintes de deslumbre e bem próximo do seu estilo “espalhafatoso” facilmente percebido em Moulin Rouge. Na realidade o diretor maximizou ao máximo o que era deslumbrante no romance de Fitzgerard e com isso o filme ficou entre “dois pesos e duas medidas”.



Na primeira parte ele é deslumbrante, coreografado, visualmente impecável e fascinante, já na segunda parte (extremamente dramática), o filme se torna sem vida, pois apenas o personagem de Leonardo Dicaprio sobressai, já que o restante do elenco fica devendo e muito em relação à versão de 74. 

 
Na versão dirigida por Jack Clayton tínhamos Robert Redford como Gatsby e que considero que foi devidamente equiparada por Dicaprio nessa releitura. Ambas conseguem dar o tom sombrio do personagem Gatsby e suas atuações acabam reféns de um personagem que durante grande parte do filme tenda transpor seu ar de mistério. Já o personagem Nick Carraway, e que narra à história, foi interpretado por Sam Wayterston em 74 e em 2013 por Tobey Maguire. Também considero as atuações equivalentes e chamo atenção para a forma com qual o personagem é trabalhado e se comporta durante ambos os filmes. Na verdade Carraway é um grande espectador de toda trágica história que envolve os personagens. E assim como os espectadores que nós somos, limita-se a observar e pouco adentra a “verdadeira história” para mudar os rumos ou interferir neles, ao contrário, sua atuação dentro de ambas as obras são de total imparcialidade e passividade, cabendo a ele apenas algumas observações e julgamentos, muito mais acentuados na versão de Lurhmann do que a de Clayton.


Já quanto ao elenco feminino, acredito que a versão de 1974 consegue sobressair com veemência em relação à nova versão. Nem tanto em relação à personagem Daisy, que foi muito bem interpretada por Mia Ferrow em 74 e revivida por Carey Mulligan em 2013. Mas principalmente a personagem Myrtle Wilson, amante de Tom Buchanan, que perde consideravelmente importância na refilmagem. E impressionante também como a atuação de Isla Fisher é rasa em relação à excepcional atuação de Karen Black. Karen conseguiu moldar uma atuação poderosa e que transmite toda influencia que a personagem tem dentro da história, e infelizmente assim como também ocorre com o personagem de Tom Mulligan na versão de 2013, ambas perdem força e com isso não dão a sustentabilidade necessária a história e principalmente ao desfecho do filme.

A versão de Jack Clayton para O Grande Gastby é suntuosa, requintada, perceptivelmente inglesa. Talvez um pouco fria e distante. Mas que consegue dar ao espectador a verdadeira noção dos anos 20. Seja com a maneira mais realista das festas, dos seus cenários e mesmo dos acontecimentos envolvendo os personagens e também pelas excelentes atuações.  Muito mais verossímeis do que da nova versão de 2013.



 Já Baz Luhrmann construiu em sua versão de O Grande Gastby um verdadeiro espetáculo aos olhos do publico em grande parte da obra e pecou e muito na resolução do filme. Justamente no momento em que os sentimentos e as relações humanas dos personagens deveriam sobressair na história. Talvez demonstrando que seja mais fácil para o diretor lhe dar com coreografias e cenários do que com sentimentos. O filme é divertido, por vezes irreal, tecnicamente impecável e visualmente belo. Destaco também sua acelerada e talvez desnecessária edição de videoclipe, tudo ocorre muito rápido para Lurhmann, e com isso o já comentado contraste entre espetáculo e drama presentes no filme fica cada vez mais acentuado. Outra diferença interessante é que na versão de Clayton o Jazz, marca registrada do inicio do século é presente durante toda sua obra é substituída na versão de 2013 por  fragmentos do pop e também rap americano.
 
Mas analisando de uma forma geral, O Grande Gatsby, seja na versão de Jack Clayton ou de Baz Luhrmann continua sendo uma obra obrigatória, interessante, intensa e onde o magnético personagem de Gatsby e sua obsessão amorosa pela indiferente e inerte Dayse, é tratado de forma elogiável e resultaram em duas grandes obras cinematográficas. Ambas sob os olhares atentos dos olhos que tudo vê, e que na realidade são os "nossos olhos",os olhos da sociedade. E também o mais interessante de analisarmos ambas as obras praticamente de forma simultânea é conseguir perceber como cada diretor cria tensão, elabora e executa cada trecho primordial da obra de Fitzgerard.Trailer Aqui.

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