Crítica do Filme: Hitchcock(2012) *** (Bom Filme)

Direção: Sasha Gervaise

Gênero: Biografia

Elenco: Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johansson, Danny Huston, Toni Collette, Jessica Biel.

Sinopse: Baseado no livro "Alfred Hitchcock And The Making Of Psycho", este filme revela os bastidores do clássico Psicose (1960). Na época, mesmo estando no auge de sua carreira, Hitchcock não conseguiu apoio para realizar a obra, porque os estúdios não queriam investir em um pequeno filme de terror. O resultado foi uma produção independente, de baixo orçamento, que encontrou grandes dificuldades para driblar a censura e para ser distribuída nos Estados Unidos, em função das cenas de violência e nudez. Além disso, diversos obstáculos surgiram durante as filmagens, como as brigas constantes entre Hitchcock e sua esposa, Alma (Helen Mirren), os problemas de saúde do diretor e seus desentendimentos com o elenco. Contrariando todas as expectativas, "Psicose" se tornou uma referência no cinema mundial, e um dos maiores sucessos na carreira do cineasta.

Crítica: Em 2012 foram produzidas duas obras sobre as maneiras nada peculiares de trabalho do diretor Alfred Hitchcock, considerado por muitos(ou por quase todos), um dos 10 maiores diretores da história do cinema. Hitchcock foi o responsável por clássicos como: Um corpo que Cai, Intriga Internacional, Janela Indiscreta, Interlúdio, Pacto Sinistro, Disque M para Matar e também o filme “Os Pássaros” (retratado no bom filme para TV, “The Girl” Critica Aqui) é também sua possível obra prima Psicose, na qual o diretor estreante Sasha Gervaise tenta esmiuçar tanto a direção de Hitchcock, quanto também a sua relação com os atores (e principalmente atrizes), e a importância que a sua esposa Alma tem em sua carreira e também em sua vida matrimonial, mesmo com todas as já conhecidas obsessões do diretor por suas atrizes principais.

Confesso que entre as duas obras que expõem os bastidores de dois de seus melhores filmes, prefiro a obra The Girl (2012) ao invés desse trabalho denominado “Hitchcock”. Entre os principais fatores cito a excelente atuação do ator inglês Toby Jones e também o melhor desenvolvimento da obra em relação a este filme muito mal conduzido por Sasha Gervaise e que ao contrário do que imaginava, tem uma atuação por demais caricata de Anthony Hopkins, que teria aqui uma ótima oportunidade de demonstrar seu talento e ser lembrado nas grandes premiações cinematográficas do ano passado.

Na realidade o grande foco do filme é a importante participação da esposa e da também roteirista Alma Reville na carreira de seu “parceiro de trabalho” e marido, Alfred Hitchcock. E também o quão importante eram suas “atuações” perante as fragilidades e dúvidas de um diretor egocêntrico, exigente, obsessivo e também incrivelmente possessivo quanto a suas estrelas de cinema, fato já notoriamente conhecido por todos, tanto que cultuava e sempre trabalhava com suas atrizes prediletas tentando de todas as formas de controlar suas vidas nos âmbitos profissionais e pessoais e revelando atitudes de domínio, assedio e taras afloradas em suas inter-relações. Entre suas musas estavam Grace Kelly, Ingrid Bergman, Tippi Hedren e Janet Leigh, estrela do filme Psicose. Todas dentro do padrão predileto do diretor: loiras, magras, elegantes e incrivelmente gélidas.

Entre as atuações em “Hitchcock”, a mais cultuava foi a da ótima Helen Mirren no papel de Alma, conseguindo até mesmo uma indicação ao Globo de Ouro e algumas premiações pelo mundo, apesar de particularmente não conseguir enxergar grandes qualidades em uma atuação que julgo apenas convencional. O filme conta ainda com boas atuações de um ótimo elenco que reúne os nomes de Scarlett Johansson,Danny Hutton (este com grande destaque dentro do filme), Toni Collette e Jessica Biel.

Interessante para os amantes do cinema, porém irregular em suas pretensões, a obra Hitchcock acaba caindo em um lugar comum e serve apenas para demonstrar um pouco dos métodos nada ortodoxos do renomado diretor inglês e também os bastidores de uma das maiores e melhores obras da história do cinema, o irretocável clássico Psicose. Trailer Aqui.