Críticas de Filmes

Críticas de Filmes

sábado, 17 de novembro de 2012

Crítica do Filme: Argo (2012) ***1/2

Direção: Ben Afleck
Gênero: Drama/Suspense
Elenco: Ben Afleck, John Goodman, Alan Arkin, Bryan Cranston, Kyle  Chandler.

Para celebrar o inicio da concorrida corrida para sabermos quais serão os finalistas ao Oscar em 2013, chega aos cinemas brasileiros um dos fortes concorrentes do ano – segundo a crítica americana e mundial –, estamos falando de Argo, o novo e bom filme dirigido e atuado por Ben Afleck, que em seus dois filmes anteriores – os elogiados Medo da Verdade(2007) e Atração Perigosa(2010) – conseguiu provar que é um diretor competente, ainda que não consiga imprimir sua marca. Essa característica também "acompanha" o ótimo ator/diretor Clint Eastwoood, que apesar de realizar filmes que foram grandes sucessos – Menina de Ouro/Os Imperdoáveis /As Pontes de Madison – e até vencer o Oscar de melhor filme e direção, ainda dirige de maneira pouco marcante.

Bem, talvez o grande mérito do filme Argo seja seu bem construído roteiro que foi baseado em uma historia incrivelmente real, ela narra a tentativa por parte da CIA e do governo americano em libertar seis americanos que estão refugiados e em total sigilo na casa do embaixador canadense na capital Teerã, isso após eles fugirem da embaixada americana que foi violentamente invadida por manifestantes iranianos – que ainda mantém como reféns cerca de 60 funcionários – que reivindicam a extradição do Xá que está sob asilo político dos Estados Unidos, que uma vez no passado foi responsável por um golpe militar que o colocou no poder para em contrapartida, ser responsável pela ocidentalização do país e abrir um leque econômico para os interesses americanos.

No meio desse grande conflito político/religioso, onde a todo o momento os americanos são acusados de espionagem e ameaçados de morte, enquanto os preceitos do aiatolá Khomeini – líder político e religioso do país – são clamados, a situação vai se tornando cada vez mais tensa, como se fosse uma grande bomba relógio prestes a explodir. E para acalmar os ânimos e realizarem a exfiltração(retirada) dos americanos antes que seja descoberta sua fuga – enquanto os soldados iranianos fazem uma verdadeira varredura em documentos da embaixada para identificação de todos os funcionários – o governo americano tenta através de planos mirabolantes – e absurdos – realizar o salvamento, mas o processo de idealização de um plano e sua realização só é concretizada com o chamado à Tony Mendez( Ben Afleck), um experiente agente da CIA especializado em exfiltrações. 

Nesse momento que o filme chega ao seu ápice – até a angustiante e maravilhosa meia hora final – com Tony Mendez tendo a idéia de criar uma produção de Hollywood como fachada para a operação, esse filme falso recebe o nome de Argo (Nave da Salvação) e seria supostamente uma ficção cientifica nos moldes de “Guerra nas Estrelas” – amplamente citado e homenageado ao longo do filme – e que na busca de locações para a sua realização entrariam no Irã e conseguiriam resgatar os seis americanos com segurança, como se fossem parte da produção. Essa idéia “maluca” que resultá em uma missão suicida, conta com a colaboração do maquiador John Chambers (John Goodman) e do produtor Lester Siegel ( Alan Arkin em uma ótima  atuação), que dariam os respaldos reais a uma produção de Hollywood – com direito a cartaz, atores, roteiro e até uma conferencia com a imprensa –, essa abordagem a industria cinematográfica americana e todas as nuances dos bastidores de sua produção são o ponto alto do filme e também possuem o grande mérito para todas críticas positivas que o filme vem recebendo.

Argo tem entre suas grandes qualidades as atuações de todo elenco – com grande destaque para Alan Arkin –, seu maravilhoso roteiro e a capacidade de Afleck em transformá-lo em um grande filme e acima de tudo, apesar do roteiro estar atrelado a um fato histórico, o filme mantém um excepcional e vibrante ritmo, além de ser por vezes angustiante. Não considero Argo uma obra prima ou mesmo favorito ao Oscar de melhor filme, na verdade o acho um filme competente que cumpre sua missão, que é ser um drama com toques de suspense que realmente deve ser visto, pois o resultado é quase perfeito.

Possíveis Indicações no Oscar: Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante (Alan Arkin).

Trailer Aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário