Críticas de Filmes

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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Crítica: Porta dos Fundos - Contrato Vitalício (2016)*

Direção: Ian SBF
Elenco: Fábio porchat, Gregório Duvivier, Antonio Tabet, João Vicente de Castro, Luis Lobianco

Depois do grande sucesso do canal Porta dos Fundos no Youtube, repleto de enquetes geniais, a notícia de um longa-metragem produzido pela "trupe" veio encoberta de expectativas, que infelizmente não são sustentadas.

O filme começa com os amigos Rodrigo (Porchat) e Miguel (Duvivier) vencendo o Festival de Cannes. Após isso, Rodrigo assina um contrato vitalício com Miguel, diretor da obra. Mas após uma noite de muita bebedeira, Miguel simplesmente desaparece. 

Dez anos depois, e novamente de forma inexplicável, Miguel reaparece e resolve fazer um filme para contar o que aconteceu durante todo este período, claro, protagonizado por Rodrigo, conforme assinado em contrato.  Segundo afirma o diretor, ele foi sequestrado por alienígenas que habitam o centro da Terra.

Neste mesmo período Rodrigo se tornou um ator muito bem sucedido, ao menos financeiramente. E apesar da fama, vive uma vida cercada de futilidades. 

Aliado a premissa "surreal", o filme se deteriora em um roteiro que tenta fazer rir, mas sem sucesso. Porchat, Duviver, Tabet e Luis Lobianco apresentam atuações já vistas nos vídeos do grupo, exageradas e repetitivas. Já João Vicente de Castro, sinceramente, nunca foi ator ou comediante, ou algo próximo disso.
O filme se apega a personagens caricatos e explora de forma excessiva suas principais características: uma blogueira fitness, um empresário só preocupado com a mídia (não importa qual for), um jornalista de revista de fofocas, uma preparadora de elenco com métodos violentos, um coadjuvante homossexual e um detetive particular com estratégias nada convencionais (ou convencionais).

Resumindo, durante toda a exibição de Porta dos Fundos - Contrato Vitalício, não consegui rir uma única vez.  Além de dispensável, Contrato Vitalício é o típico filme fast-food: concebido para consumo imediato e que não está preocupado em fazer o seu espectador pensar, nem por um minuto. Sem falar em seu final, totalmente decepcionante. Uma falha que só sobressai os defeitos do filme.


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Crítica: O Vale do Amor (2015) **

Direção: Guillaume Nicloux 
Elenco: Gérard Depardieu, Isabelle Huppert

 “O Vale do Amor” é dirigido por Guillaume Nicloux (A Religiosa) e brilhantemente protagonizado por Gérard Depardieu e Isabelle Huppert. O filme concorreu ao Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2015, mas sem nenhum alarde. Além disso, foi indicado nas categorias de melhor ator e melhor atriz no César, o Oscar do cinema francês. 

Apesar das ótimas atuações de Depardieu (assustadoramente acima do peso) e Huppert, que interpretam personagens com o mesmo nome, “O Vale do Amor” falha ao se concentrar tão fortemente na relação dos protagonistas, tornando o espectador um “mero espectador”. Não há emoção, não há envolvimento, não há sentimento. O filme é frio e contemplativo, e perceptivelmente, a sensação é intencional. 

Seis meses após a morte do filho por suicídio, Isabelle e Gérard recebem uma carta comprovadamente atribuída a ele pedindo para irem ao Vale da Morte, nos Estados Unidos. Nela, ele afirma que aparecerá para os pais durante o roteiro que elaborou. Separados há anos, Isabelle e Gérard aproveitam o reencontro para discutir o passado, enquanto revivem a dor do luto.  
A obra deixa perceptível que ambos sabiam pouco sobre a vida do filho, suas motivações e sentimentos. Dessa forma, a viagem é uma forma de buscar respostas, uma nítida demonstração de arrependimento. 

“O Vale do Amor” une espiritualidade e fé, e o resultado é uma oba minimalista, irregular e entediante. Se não fossem as atuações dos protagonistas e as belas paisagens do Vale da Morte, a obra seria totalmente dispensável.

sábado, 13 de abril de 2013

Crítica do Filme: Amigos Inseparáveis (2013) **(Filme Irregular)

Direção: Fisher Stevens
Gênero: Policial/Comédia
Elenco: Al Pacino, Christopher Walken, Alan Arkin, Juliana Margulies.
Sinopse: Val (Al Pacino) acaba de cumprir 28 anos de cadeia e no dia de sua saída foi recepcionado por Doc (Christopher Walken), seu antigo parceiro do crime. Daquele momento em diante, a amizade dos dois será colocada em xeque, uma vez que um líder criminoso planeja para eles um futuro fora do comum, com o único objetivo de vingar a morte do filho. Diante deste cenário, as horas seguintes da dupla serão regadas a drogas, mulheres, perseguições, roubos, pancadaria e tiros. Ignorando a idade avançada, eles partem para uma espécie de tudo ou nada, sem qualquer certeza de como tudo isso acabará, mas certos de que a lealdade entre eles pode ser a melhor arma que já tiveram nas mãos.

Comentário: Apesar de um elenco estrelar e que possui os nomes gabaritados de Al Pacino (um dos maiores atores de todos os tempos), o idolatrado Christopher Walker e também Alan Arkin (indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante em 2012 pelo filme Argo), é incrível como uma péssima direção (do também ator Fisher Stevens), pode transformar uma história até interessante (apesar de repetitiva), em um filme extremamente convencional e que não consegue absorver boas atuações nem tem ritmo suficiente para prender a atenção do espectador.


Com o enredo do filme tendo uma duração de aproximadamente 24 horas e abordando uma história onde a amizade e também a redenção de seus personagens são a grande premissa, o filme falha com um roteiro fraco (e confuso) e também cenas praticamente amadoras e com atuações decepcionantes de todo elenco. Sem falar no excesso de clichês. Resumindo, Amigos Inseparáveis é mais um daqueles filmes que se fossem diretamente para as prateleiras das locadoras não faria falta alguma e também passa bem perto de ser uma obra totalmente descartável. Trailer Aqui.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Crítica do Filme: As Aventuras de Pi (2012)****

Direção: Ang Lee
Gênero: Aventura/Drama
Elenco: Suraj Sharma, Irrfan Khan, Rafe Spall, Gerard Depardieu, Ayush Taldon.
Às vezes o excesso de entusiasmo em relação a um projeto cinematográfico acaba nos decepcionando e eu aguardava muito dessa nova obra do eficiente diretor Ang Lee. E digo mais, com todos os comentários durante a sua produção achava que poderia ser o melhor filme do ano, disparado, mas infelizmente ainda não é.  As Aventuras de Pi é uma obra prima se analisarmos  a partir do prisma estético, e artisticamente é o melhor trabalho da carreira do diretor – bem a frente do belo e premiado “O Tigre e o Dragão”(2000) –, mas com todos elementos associados ao filme e pelas deslumbrantes imagens criadas em 3D que pude acompanhar durante sua projeção, faltou pouco para As Aventuras de Pi ser uma obra incontestável. Muito pouco mesmo.

Quando um jovem escritor (Rafe Spall) resolve procurar no Canadá um já homem de meia idade chamado Piscine Molitor Patel, é que a grande aventura ganha vida e passamos a acompanhar a incrível jornada do ainda criança Pi Patel, que desde as nuances tragicômicas da origem de seu nome (uma homenagem a uma famosa piscina pública de Paris) até a bem filmada e magnífica cena do naufragio de seu cargueiro, demonstra saber contar uma história como poucos, sempre de maneira fantástica e por vezes, surreal.

Filho de um dono de zoológico localizado na Índia, que decide por questões financeiras se mudar para o Canadá com a família e lá vender os animais e recomeçar sua vida, Pi acaba após uma furiosa tempestade se vendo no meio do Oceano Pacifico em um bote salva-vidas ao lado de um orangotango, uma zebra, um traiçoeira hiena e uma belíssimo e enorme tigre de bengala chamado Richard Parker. Na realidade, após o naufrágio é que o filme ganha “corpo” e se materializa nas mais belas imagens que o cinema pode proporcionar em sua história. São cenas de literalmente “cair o queixo”, e que me fizeram suspirar entusiasmado. 
Confesso e volto a repetir que as cenas produzidas por Lee – e totalmente realizadas para dar um aspecto artístico em uma obra que profundamente é econômica e direcionada para as premiações –, são algo de sobrenatural. Belas, singelas e contando com assombrosa fotografia, o filme demonstra a todo o momento que é uma obra em sua magnitude, essencialmente visual.

Além das épicas cenas realizadas pelo diretor– grande parte por CGI –, As Aventuras de Pi conta com um bom elenco, que faço questão de exaltar à parte o jovem ator Suraj Sharma, que consegue transmitir toda a complexidade e interiorização de seu personagem que dá nome ao filme.  Cito ainda as sublimes e questionadoras questões filosóficas e religiosas que no fim, acabam pautando e dando vida ao filme, o deixando sempre com ar de mistério e a sensação de que no fundo, os grandes mistérios da vida é que nos direcionam para o desconhecido. Algo totalmente palpável e sujeito a analises durante seu excelente desenvolvimento.

Outro ponto de exclamação na obra é o grande espírito de aventura e suspense que toma conta da tela e daquele pequeno bote no meio do oceano. Como que um frágil menino poderia sobreviver frente a uma arisca hiena, um simpático símio, e um “indomável” e esfomeado tigre de bengala. O que vemos a partir desse momento são cenas incríveis, emocionantes, algumas tristes e outras surpreendentes, resumindo, é um carrossel de emoções e demonstrações que o filme é uma obra diferenciada e que consegue englobar características que fascinam o ser humano, seja de onde ele for e quais são as suas crenças mais intimas, prova disso é o enorme sucesso que o filme vem fazendo por toda Ásia, Europa e em grande parte da America. 

Mas como toda grande aventura chega ao fim, descobrimos ao lado de Pi Patel que verdadeiramente os mistérios e o desconhecido regem nossas vidas de algumas formas. Milagres, fé, propósitos, tudo isso é questionado e demonstrado em ações ora pensadas, ora espontâneas por um ainda aprendiz de homem, o jovem e inquieto Pi Patel , que tenta de todas as formas se agarrar a vida e tentar sobreviver em seu pequeno barco que é como uma gota naquele imenso oceano azul.

Tecnicamente perfeito, essencialmente deslumbrante e com uma direção impecável de Ang Lee, As Aventuras de Pi se firma fortemente como um dos grandes filmes do ano, e talvez o mais memorável, sempre tentando nos levar a acreditar no inacreditável, que no fim, é a grande essência do filme. Mas falta ainda a obra um algo a mais, é um filme fantástico, é sim, é inesquecível, também, mas não sinto que o filme transmita um ar inquestionável, longe disso, talvez pela sempre presente sensação de déjà Vu com relação ao filme “Quem quer ser um Milionário (2008), que conseguiu vencer o Oscar de melhor filme com basicamente os mesmos elementos propositalmente trabalhados por Lee: superação, fatos inacreditáveis, universo desconhecido (Índia) e personagens apaixonantes. 

Parafraseando Pi, que em determinado momento diz que o tigre Richard Parker é o propósito que o dá força e o deixa atento, assim é essa esplendida obra criada por um diretor tão singelo quanto Ang Lee. As Aventuras de Pi nós faz pensar, atinge o espírito com imagens deslumbrantes, mas por mais que seja repleto de qualidades é ainda um filme que deixa lacunas ou mesmo dúvidas quanto ao seu real significado. Na realidade, a obra é uma síntese de seu enredo. Misteriosa, repleta de analogias e acima de tudo transcendental, cabendo a cada um absorver e exaltar sua essência. Mas se ainda tem pretensões quanto ao Oscar de melhor filme, acho que não. Pois normalmente obras “espirituais” não costumam ser premiadas pela Academia de Cinema de Hollywood, que sempre acaba optando por obras palpáveis e com temáticas essencialmente reais.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Crítica do Filme: Hobbit: Uma Jornada Inesperada (2012)***

Direção: Peter Jackson
Gênero: Aventura
Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armirtage, Ian Holm, Cate Blanchett, Andy Serkis, Christopher Lee.
Sinopse: Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) vive uma vida pacata no condado, como a maioria dos hobbits. Um dia, aparece em sua porta o mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen), que lhe promete uma aventura como nunca antes vista. Na companhia de vários anões, Bilbo e Gandalf iniciam sua jornada inesperada pela Terra Média. Eles têm por objetivo libertar o reino de Erebor, conquistado há tempos pelo dragão Smaug e que antes pertencia aos anões. No meio do caminho encontram elfos, trolls e, é claro, a criatura Gollum (Andy Serkis) e seu precioso anel.




Comentário: Inicialmente previsto para ser realizada em dois filmes, a transposição do livro O Hobbit, de J.J.R.Tolkien, acabou-se transformado em uma trilogia assim como o bem sucedido trio de filmes do mesmo autor e diretor, O Senhor dos Anéis. E para conseguir que a grandiosa história alonga-se tanto, várias cenas foram alteradas e complementadas, assim como situações e personagens que não existiam na obra original foram incluídos no roteiro final. E mesmo com a longa duração desse primeiro capitulo da trilogia – por vezes desnecessária-, O Hobbit é um grande entretenimento e também tecnicamente, uma obra espetacular.

Para os fãs da saga O Senhor dos Anéis, O Hobbit é um prazeroso e visualmente deslumbrante filme, que conta com as mesmas características visuais dos consagrados trabalhos de Peter Jackson, além do retorno as telas de seus memoráveis personagens: Gandalf, Bilbo Bolseiro, Lorde Elrond, Saruman e o sempre “atraente” personagem, Gollum – novamente em uma “atuação” impecável de Andy Serkis (ainda que não premiada e dividindo opiniões).

Quanto à direção de Peter Jackson, só posso deixar elogios. Sabe conduzir uma boa história com maestria, grande capacidade técnica e acima de tudo, o filme possui alguns movimentos de câmeras interessantíssimos (principalmente na primeira parte). Resumindo, a cada obra que Peter Jackson leva as telas, maior é minha admiração com seu resultado final e também sua principal característica – muito semelhante a Steven Spielberg –, sabe contar uma história aliando aventura e emoção em grandes dosagens.

Grandioso, tecnicamente perfeito, com excelente fotografia e algumas cenas incríveis – tanto em beleza quanto emocionantes –, O Hobbit: Uma Jornada Inesperada é uma obra cinematográfica feita para o grande público e que consegue aos amantes da sétima arte, saciar com qualidade uma sede de fantasia e diversão. Sempre levando os espectadores a um mundo complexo, repleto de grandes aventuras, gigantismos, efeitos especiais impecáveis e ricos personagens, demonstrando que o filme é verdadeiramente uma jornada inesperada.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Crítica do Filme: A Vida de Outra Mulher (2012)**

Direção: Sylvia Testud
Gênero: Comédia Dramática
Elenco: Juliette Binoche, Mathieu Kassovitz, Aure Atika, Vernon Dobtcheff
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Quando nos deparamos com um filme que possui uma premissa tão recorrente quanto é a história original de A Vida de Outra Mulher, imaginamos que em nada o filme pode surpreender, e por vezes acabamos nos dando conta que estamos errados, mas por mais que a diretora debutante Sylvia Testud tente ser original, ainda assim, são poucos os atrativos que a produção tem a oferecer.

O filme narra à história de Marie(Juliette Binoche), que no seu aniversário de 41 anos acorda com a memória de 15 anos atrás, ou seja, no auge dos seus 25 anos e no inicio de uma apaixonada história de amor com Paul Speranski (Mathieu Kassovitz), mas na realidade ela se descobre casada com Paul, com um filho  e sendo reconhecida como uma profissional de personalidade difícil e extremamente gananciosa.

E entre os transtornos dessa nova realidade, Marie ainda percebe estar no meio de um doloroso processo de separação (o grande “tendão de Aquiles” do roteiro), distante do filho e em uma guerra judicial contra seus pais. Com isso, essa “nova” Marie, ainda impulsionada pelos resquícios de sua juventude, tenta lutar para reconquistar seu marido e unir seus laços familiares.  Outro ponto a ser levantado e com relação à tentativa da diretora de fugir dos densos caminhos percorridos pela história se utilizando de várias cenas de alivio cômico seja demonstrando a falta de aptidão de Marie com as tecnologias de hoje (celular, e-mail e carros automáticos) ou mesmo em uma simples reunião de trabalho, mas esses momentos não funcionam e acabam não contribuindo para o crescimento o filme.

Assim como o relacionamento entre os personagens de Juliette Binoche(sempre fantástica) e Mathieu Kassovitz é frio, também é fria a condução da história e consequentemente o resultado final. A Vida de Outra Mulher é um filme que a plateia feminina talvez se identifique mais, quando na realidade o grande problema do filme é a falta de conteúdo em sua história, mesmo utilizando personagens e situações de grande complexidade, o filme ainda assim acaba caminhando pelo lugar comum e se torna uma obra que mantém o espectador distante, seja pela falta de ritmo ou incapacidade da diretora em contar uma história.
Trailer Aqui

domingo, 11 de novembro de 2012

Crítica do Filme: A Separação (2011) ****

Direção: Asghar Farhadi             Gênero: Drama
Elenco: Leila Hatami, Peyman Moaadi, Shahab Hosseini, Sareh Bayat, Sarina Farhadi, Babak Karimi.
Sem dúvida alguma o filme iraniano A Separação foi um dos mais premiados e elogiados filmes de 2011, vencendo entre outros, o Oscar e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e foi ainda premiado como melhor filme no festival de Berlim, tudo isso o credencia a ser um filme obrigatório para qualquer cinéfilo ou para aquele espectador que busca no cinema, filmes com conteúdo e um roteiro incrivelmente bem escrito. A partir de uma premissa “básica”, a separação do casal Nader( Peyman Moaadi) e Simin (Leila Hatami) – também premiados em Berlim –, acompanhamos uma verdadeira batalha moral, religiosa e porque não, cultural.   
Os conflitos começam quando na falta de alguém para cuidar de seu pai com Alzheimer – após a saída de casa da esposa – Nader contrata uma empregada para ser responsável pelos afazeres domésticos e também cuidar do seu pai. Só que a contratada está grávida e esconde do marido seu emprego, e após um incidente envolvendo os três personagens o filme se torna um “pequeno drama de tribunal” onde a verdade, a ética, a religião e a maneira como o espectador vêem os personagens muda à medida que o filme vai “adentrando” caminhos íntimos e complexos de cada um deles. 
Na simplicidade da direção de Asghar Farhadi, na sinceridade das atuações de todo elenco, e nas intrigantes questões levantadas pelo ótimo roteiro, vemos o quanto A Separação é superior e se destaca na história do cinema recente, mesmo longe dos orçamentos estratosféricos de Hollywood, ou mesmo em um país do qual pouco sabemos – e acabamos percebendo de maneira injusta – é um filme sobre o cotidiano que verdadeiramente, é hipnotizante.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=Dlt6-aDWAVI