Críticas de Filmes

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Crítica do Filme: O CLÃ (2015) ***

Direção: Pablo Tropero
Elenco: Guillermo Francella, Peter Lanzani, Lili Popovich, Gaston Chocchiarale.

Sinopse: Baseado na história de um dos crimes mais conhecidas da Argentina, o filme narra sobre uma família que ficou conhecida na década de 1980 por sequestrar e matar várias pessoas. O clã estava composto pelo pai da família, Arquímedes (Guillermo Francella), seus dois filhos, Daniel e Alejandro (Peter Lanzani), o militar aposentado Rodolfo Franco e mais dois amigos, Roberto Oscar Díaz e Guillermo Fernández Laborde.

Meu Comentário: Inegavelmente a história em torno de O Clã é hipnótica. E também angustiante. Principalmente pelo excesso de brutalidade sem razão dos crimes cometidos. E muito dos excessos de violência estão inteiramente ligados a uma sensação de impunidade. Já que o grande mentor do crime, Arquímedes Puccio, era uma figura importante do governo argentino durante a ditadura. 

O grande momento do filme é a atuação de Guillermo Francella, que lembra muito a atuação de Johnny Depp como Whitney Bulge, em Aliança do Crime. Só que muito melhor. É uma grande atuação. Falando francamente, só fui me relembrar de Francella após consultar os dados do filme. Além disso, o diretor Pablo Tropero (Abutres e Elefante Branco) realiza mais uma ótima produção, onde sua condução, ao menos em se tratando de “estilo de filmagem”, é primorosa. Mas em relação a condução da história e o desenvolvimento do roteiro, tenho algumas ressalvas. 


O Clã é mais um importante filme do cinema argentino. Cinema que se torna cada dia mais solido e qualificado. Se o objetivo do filme era chocar seus espectadores, acredito que foram felizes. A história é impactante, assim como a frieza de seus personagens. Sem falar no grande impacto que é a resolução final da obra. Uma história marcante, mas que poderia resultar em um filme ainda melhor.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Crítica do Filme: Relatos Selvagens (2014) ***


Direção: Damián Szifrón
Elenco: Ricardo Darín, Rita Cortese, Oscar Martinez, Dario Grandinetti.
 

Meu Comentário: Construído a partir da junção de seis episódios totalmente hipnotizantes (e também totalmente independentes), Relatos Selvagens é uma das mais gratas “surpresas” cinematográficas de 2014. Indicado pela Argentina para concorrer a uma vaga no Oscar de melhor filme estrangeiro, Relatos Selvagens foi também o único latino americano a disputar o festival de Cannes este ano, além de ter sido escolhido recentemente como o melhor filme estrangeiro pela National Board of Review (uma das mais prestigiadas associações de críticos dos Estados Unidos).

Tendo a vingança como o seu “fio condutor” entre os episódios, o filme surpreende o seu espectador com histórias muito bem construídas, inteligentes e repletas de humor negro. O engraçado é que durante a sessão em que estava era facilmente percebido risos e gargalhadas em situações costumeiramente vistas como “chocantes”, este é mais um dos grandes méritos da direção e também do roteiro do então desconhecido diretor argentino Damián Szifrón, que construiu uma obra amoral e muito simpática.

Possuindo ao menos três episódios que considero excelentes, e que por coincidência são os três primeiros da obra (Avião/Restaurante/Autoestrada), e por mais que os seis episódios se aproximem do mesmo nível qualitativo, sinceramente achei as três ultimas histórias (Guincho/Atropelamento/Noiva), um pouco longas e de conclusão inferiores ao restante.

Relatos Selvagens é uma obra prazerosa, divertida e realmente imprevisível, e essa imprevisibilidade de suas histórias que conquistam o seu espectador e o tornam um dos mais elogiados filmes do ano.

domingo, 13 de abril de 2014

Crítica do Filme: Um Time Show de Bola(2013) ***


Direção: Juan José Campanella

Somente agora consegui matar minha curiosidade e assistir a essa nova animação que “surpreendentemente” é uma produção argentina e com direção de Juan José Campanella, o mesmo do ótimo vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro O Segredo dos Seus Olhos(2009). Com isso podemos perceber o poderio e as varias vertentes que o cinema argentino consegue “atacar” e com grande qualidade e reconhecimento. Sempre costumo dizer que ainda acho que o “bom” cinema brasileiro é um dos melhores do mundo, agora que o cinema argentino produz em maior escala filmes de grande e variada qualidade, isso não posso negar.

E para surpreender ainda mais, Um Time Show de Bola é uma ótima aventura que tecnicamente não deixa a desejar para nenhuma superprodução americana e consegue ao mesmo tempo divertir, comover e ainda mais em um ano de copa do mundo, criar a verdadeira dimensão da importância que o futebol tem para grande parte dos países latinos.

O filme narra à história de Amadeo, uma criança aficionada em jogar totó e que acaba crescendo e ainda nutrindo uma grande paixão e imaginação com sua brincadeira predileta. Anos mais tarde, um arrogante e milionário jogador de futebol resolve comprar a cidade natal de ambos e construir um imenso parque temático em sua própria homenagem, tudo em razão de um  ressentimento em relação a uma derrota para Amadeo no totó.  Além disso,  faz parte dos planos do vilão destruir a mesa do jogo e acabar com o admirado time do Amadeo.Com isso a mágica se inicia e os  jogadores ganham vida para tentar ajudar ao seu companheiro de grandes vitórias a recuperar a cidade vencendo o desafio proposto pelo vilão, “quem ganhar uma partida real de futebol tem o direito de ficar com a cidade”. 


E através de uma historia deliciosa para os fanáticos por futebol como eu e também um ótimo desenvolvimento dado pelo roteiro/diretor, Um Time Show de Bola se resume em um admirável entretenimento, e que mesmo com  "algumas dispensáveis e confusas reviravoltas em sua história", ainda é uma obra apaixonante e que pelo menos em mim causou uma grande sensação de nostalgia, pois eu ainda carrego uma grande quantidade de Amadeo em mim.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Crítica do Filme: O Ultimo Elvis (2012)** (Filme Irregular)

Direção: Armando Bo   
Gênero: Drama
Elenco: John McInerny, Griselda Siciliani, Margarita Lopez.
Sinopse:
O cantor Carlos Gutiérrez (John McInerny) é cover de Elvis e sempre viveu a vida do grande astro do rock como se fosse ele próprio reencarnado, negando a si mesmo. Só que ele se aproxima da idade que Elvis tinha ao morrer e seu futuro se mostra vazio. Uma situação inesperada acaba por obrigá-lo a cuidar da sua filha Lisa Marie (Margarita Lopez), uma menina pequena que ele quase não vê. Nos dias em que fica com ela, Carlos experimenta ser realmente um pai e Lisa aprende a aceitá-lo como tal. Mas o destino lhe apresenta uma difícil decisão: em uma viagem de loucura e música, Carlos deverá escolher entre seu sonho de ser Elvis e sua família.

Comentário: Comentada obra do novo cinema Argentino, O Ultimo Elvis é uma obra melancólica, narrada de forma lenta e gradualmente desinteressante para um espectador convencional, isto é, dependendo do espectador o filme pode até ter sua importância, mas passa muito longe de ser uma obra apaixonante. E onde o grande mérito do filme seja a “verdade” transposta para as telas através das atuações de seu elenco e principalmente de John McInerny, que interpreta Carlos Gutiérres – um cover de Elvis que acredita realmente ter o dom de imitá-lo –, com perfeição e de forma verdadeiramente admirável.  
Singelo e literalmente “limitado”, O Ultimo Elvis conquistou o público argentino e também ganhou diversos elogios pela crítica especializada, mas não foge do convencional ou possui momentos memoráveis, longe disso, é um verdadeiro “dramalhão” que tenta através do “minimalismo” da direção de Armando Bo, contar uma história repetidamente já vista na história do cinema. Na realidade o filme soou para mim como uma grande decepção, visto que o cinema Argentino tem proporcionado grandes e verdadeiras obras cinematográficas, porém infelizmente O Ultimo Elvis não se enquadra dentro dessa premissa. Trailer Aqui.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Crítica do Filme: Infância Clandestina (2012)*** (Bom Filme)

Direção: Benjamín Avila
Gênero: Drama
Elenco: Téo Gutierrez Romero, César Troncoso, Natalia Oreiro, Ernesto Alterio.
Sinopse:
Argentina, 1979. Da mesma forma que seu pai (César Troncoso), sua mãe (Natalia Oreiro) e seu querido tio Beto (Ernesto Alterio), Juan (Teo Gutiérrez Romero) leva uma vida clandestina. Fora do berço familiar ele é conhecido por um outro nome, Ernesto, e precisa manter as aparências pelo bem da família, que luta contra a ditadura militar que governa o país. Tudo corre bem, até ele se apaixonar por Maria, uma colega de escola. Sonhando com vôos mais altos ao seu lado, ele passa por cima das rígidas regras familiares para poder ficar mais tempo com ela.

Comentário: Um dos mais importantes filmes de 2012, Infância Clandestina é uma produção Argentina (em parceria com Espanha e Brasil), que conquistou platéias pelo mundo e verdadeiramente é uma obra cativante.

O filme aborda a vida de Ernesto (em uma ótima atuação de Téo Gutierrez Romero), um jovem que vive ao lado de seus pais em uma vida clandestina enquanto esses combatem a ditadura militar na Argentina. Entre seus principais confidentes está seu tio Beto, um verdadeiro espelho e também peça chave dentro de uma família que segue rígidas regras para continuarem na clandestinidade e não correrem risco de serem descobertos pelo governo.

 O grande mérito do filme é trilhar seu caminho aos olhos do pequeno Juan (também chamado Ernesto). Seja em seus questionamentos, suas amizades, um pouco de sua rebeldia (nitidamente herdada dos pais) e também a sua primeira paixão. Além disso, o filme tem interessantes seqüências como se fossem paginas de quadrinhos. Mais um precioso método que diferencia e qualifica o trabalho de Ávila, como forma de representação da imaginação ou olhos de Juan perante o desconhecido.

Muito bem conduzido pela direção de Benjamin Ávila, a belíssima trama desenvolvida na obra nos remete imediatamente a outras obras igualmente singelas e bem realizadas – como o renomado filme brasileiro O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006) que foi dirigido por Cao Hamburger ou mesmo no chileno Machuca, com direção de Andrés Wood –, mas com todos os merecimentos o filme é coberto de qualidades e atuações elogiosas.

Com toques de grande nostalgia e um enredo que apesar de toda seriedade que o cerca é transposto para as telas de forma sincera e objetiva, Infância Clandestina é mais uma obra aos “olhos de uma criança” para com um mundo ainda a ser descoberto, e que brilhantemente cumpre o seu papel apesar de algumas abordagens (ou falta delas). Outro ponto a ser exaltado é a sua ótima trilha sonora que reune tanto composições populares quanto outras construidas exclusivamente para a produção.

Infância Clandestina é um ótimo exemplar de filmes sobre a infância e que conta com muito mais acertos do que erros, na verdade minúsculos equívocos, mas que em nada atrapalha um filme doce, bem desenvolvido, e incrivelmente sensível, e que ainda possui o mérito de ser  realmente atraente para qualquer apreciador de uma grande obra cinematográfica.Trailer Aqui.