Críticas de Filmes

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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Crítica do Filme: Loveless/ Nelyubov (2017) ★★★★

                                                                                                                         #05 Visto em 03/01/2018

Desamor - Loveless/ Nelyubov  (2017)
Direção:  Andrey Zvyagintsev


                       

Sinopse: Boris (Alexey Rozin) e Zhenya (Maryana Spivak) estão se divorciando. Depois de anos juntos, os dois se preparam para suas novas vidas: ele com sua nova namorada, que está grávida, e ela com seu parceiro rico. Com tantas preocupações eles acabam não dando atenção ao filho Alyosha (Matvey Novikov), que acaba desaparecendo misteriosamente.

Comentário: Amor, desamor, relações familiares, medo e angústia. Posso garantir que Loveless (Desamor) é uma das obras mais impactantes de 2017. Dono de uma história poderosa, e muito bem construída e desenvolvida pelo diretor russo Andrey Zvyagintsev, o filme acompanha o fim do relacionamento de Boris e Zhenya , e a forma como ambos agem com o sumiço do único filho do casal, o adolescente Alyosha.

Assim como a obra é uma crítica a sociedade Russa e apresenta um país repleto de problemas, como o sucateamento do poder público e a forte presença da religião (apesar as atitudes dos personagens não condizerem com seus discursos), ele também destaca o frio extremo da região, que é sempre ressaltado pelo diretor no clima, nas relações entre pai e filho ou na forma com que a polícia lida com o desaparecimento do menino.

Também vale a pena mencionar que Loveless disputou o último Festival de Cannes, sendo agraciado com o Prêmio do Júri, e também foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. Além disso, continua na disputa pelo Oscar da categoria como um dos grandes favoritos ao prêmio máximo do cinema.


O grande mérito do filme pode ser creditado a Zvyagintsev, que apresenta em sua filmografia os premiados "O Retorno" e Leviatã (indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro). O diretor, que consegue conduzir o filme com maestria e apresentar os personagens centrais em todas as suas camadas, também consegue atingir, e por vezes, chocar o espectador. Seja com um choro contido de uma criança, enquanto escuta os pais brigarem e decidirem o seu futuro, ou ao mostrar toda a tensão do reconhecimento de um corpo.

E posso afirmar que o filme me causou indignação, e reflexão, em vários momentos. Na forma com que os pais lidam com a criança (com total desprezo); no clima de tensão/suspense presente em todo o filme; na forma brutal que aborda/apresenta as relações familiares; de como os personagens de Boris e Zhenya não se modificam ao longo do filme (apesar dos impactos que sofrem ao longo da obra) e na superficialidade dos envolvidos.

Apesar de possuir um final frustrante (devo frisar), Loveless é um dos melhores filme de 2017. Seja pelo impactante e envolvente roteiro; seja pela forma que apresenta a sociedade russa e os desprezíveis pais de Alyosha (que realmente me causaram revolta) ou pela frieza presente em todo o filme.  

Um comentário:

  1. Adoro este diretor! Mas seu trabalho que mais me surpreendeu foi Sicario, dia de Soldado. Achei um ótimo filme de ação e os atores realmente estão bem entrosados. Benício del Toro é sempre um excelente ator e faz cada vez mais papéis surpreendentes, um dos atores mais versáteis da atualidade. Sicário me surpreendeu muito com um grande elenco e uma boa produção. Adoro ver os filmes benício del toro sempre são impressionantes e muito bem estruturados. Eu super recomendo.

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