Críticas de Filmes

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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Crítica do Filme: Pantera Negra (2017) ★★★★

Pantera Negra (2018)
Direção: Ryan Coogler


Sinopse: Após a morte do rei T'Chaka (John Kani), o príncipe T'Challa (Chadwick Boseman) retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação. Nela são reunidas as cinco tribos que compõem o reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T'Challa logo recebe o apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri (Laetitia Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong'o), a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás.

Comentário: Esqueça toda questão racial e vamos focar no filme. Pantera Negra é definitivamente um filmaço. Só para constar, a superprodução da Marvel, e um dos melhores filmes de super-heróis já realizado, já vendeu praticamente 4 milhões de ingressos no Brasil e continua batendo recordes de público mundo afora.

Mas o que Pantera Negra apresenta de diferente? Vamos lá. O filme é dirigido por Ryan Coogler, que foi o responsável por Fruitvale Station (2013) e Creed: Nascido para Lutar, que se você não lembra, faz parte da saga Rocky - O Lutador. Além das duas obras terem sido muito elogiadas (as considero bons filmes), ambas possuem um contexto social muito forte e a valorização dos personagens em suas narrativas. Sendo assim, a escolha de Coogler para dirigir Pantera Negra não é uma mera coincidência. Nem a forma que conduz e construiu o filme, valorizando a HISTÓRIA, os PERSONAGENS, a AMBIENTAÇÃO e principalmente, dando valor ao contexto da narrativa ao invés de cenas de explosões, ação, humor e efeitos especiais. Algo tão valorizado pela Marvel em outras obras e, também, adorada pelos fãs.Mas que neste filme, tudo isso é muito bem dosado.

Pantera Negra, apesar de ser essencialmente um blockbuster, é um produto com conteúdo. Aliás, um ótimo conteúdo. História poderosa, um vilão com repertório e motivações palpáveis, a valorização da cultura africana (na trilha sonora, na direção de arte, nos figurinos e maquiagem), e principalmente, nas brilhantes atuações de todo o elenco.


Como protagonista está Chadwick Boseman, que não é um "herói" engraçadinho, hiper-poderoso e repleto de surpresas, muito ao contrário, possui fragilidades e dúvidas. Também merece destaque a chefe da guarda de Wakandam, brilhantemente interpretada por Danai Gurira, em seu primeiro papel de destaque no cinema. Completam o elenco Lupita Nyong´o, John Kani, Angela Bassett, Martin Freeman, Daniel Kaluuya e Laetitia Wright. 

E quem praticamente rouba o filme é Michael B.Jordan, que repete a parceria com o diretor Ryan Coogler e brinda o espectador com uma atuação arrebatadora. O espírito de vingança e o ódio estão no olhar e no gestual do personagem Erik Killmonger. Ele, apesar do discurso, não quer a libertação do povo negro, ele quer VINGANÇA. Vingança contra quem matou o seu pai e contra Wakanda.

Mas nem tudo é perfeito em Pantera Negra. O primeiro ponto falho é a "forçada" atuação de Andy Serkis, que não repete "de cara limpa", as magnificas atuações dos personagens que interpretou utilizando computação gráfica e que entraram para a história do cinema. Entre eles, Caesar em Planeta dos Macacos, Snoke em Star Wars e Smeagol em O Senhor dos Anéis. 


Apesar das duas primeiras cenas de luta serem "raiz", sem muitos efeitos especiais e sempre valorizando o confronto "natural" entre os personagens, e o "efeito cultural" da paisagem, o duelo final entre o protagonista e antagonista acontece envolvido em um "espaço tecnológico". E, dessa forma, a Marvel volta a ser Marvel. Personagens computadorizados e exageros de CGI tiram o brilho de uma luta que poderia ser como o filme: singelo e tradicional. 

Não tenho dúvidas que Pantera Negra é um dos melhores filmes do gênero. Uma obra que valoriza a beleza paisagística, a representatividade dos personagens,  além de apresentar uma "nova cultura" a partir de locações, costumes e direção de arte através de um brilhante equilíbrio entre modernidade e tradição. Você pode até não gostar de filmes de super-heróis, mas te garanto que o filme é inovador e possui uma história poderosa. Dessa forma, Pantera Negra transcende o quesito entretenimento e atinge o público com um discurso de consciência política e social, levantando através de sua narrativa indagações e provocações.  

3 comentários:

  1. Um filme da Marvel, diferente de tudo, com um super-herói negro que, como disse acima, cresce quando é menos um super-herói e mais alguém frente aos dilemas. Michael B. Jordan me surpreendeu com sua boa atuação. O papel que vai realizar em o novo filme de fahrenheit 451 será uma das suas melhores atuações. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Além, acho que a sua participação neste filme realmente vai ajudar ao desenvolvimento da história. Cada um dos projetos deste actor supera a minha expectativa.

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