Gênero: Drama
Elenco: Wagner Moura, Mariana Lima, Lima Duarte, Brás Antunes.
Sinopse: Um pai, o médico Theo Gadelha, é obrigado a jogar-se na estrada em busca de seu filho Pedro que desaparece no fim de semana em que completaria 15 anos. O repentino e inexplicável sumiço do filho é a última carta a desabar no castelo de Theo que desesperado parte em sua procura. Além disso, seu casamento de 15 anos com Branca acaba de ruir e no meio dessa turbulência, Theo saiu em busca do filho e acaba se reencontrando com sua própria vida.
Crítica do Filme: Como já havia dito anteriormente o cinema brasileiro foi um verdadeiro “fracasso” em 2012, onde poucas obras conseguiram manter a qualidade do “bom” cinema nacional e o que vimos nas salas de exibição foi uma enxurrada de filmes fracos, extremamente comerciais e tecnicamente precários. E com a exceção do ótimo “Gonzaga, De pai para Filho”, dirigido por Breno Silveira, e os irregulares Xingu e Febre de Rato, pouca coisa se salvou no ano passado. E com grande orgulho e admiração anuncio que o filme “A Busca”, dirigido por Luciano Moura e em cartaz nos melhores cinemas, filme este que encantou o público e o júri do Festival do Rio 2012 (ao lado do também elogiado “O Som ao Redor” que estreou no começo do ano), é uma pequena obra prima e que dificilmente vai aparecer um filme nacional superior em 2013.
O ponto alto da obra, além do seu magnífico roteiro é a brilhante atuação de Wagner Moura (bem superior ao seu trabalho em Tropa de Elite). Intensa, real, sem exageros e humana, tudo isso para imprimir a dor de um pai que tem o filho misteriosamente desaparecido e parte em uma busca verdadeiramente desesperada. Quanto à atuação de Mariana Lima, no papel de Branca, a esposa totalmente passiva em relação à rebeldia do filho e talvez responsável pelo declínio na qual a família se encontra, é uma atuação que perto da de Wagner Moura é irregular, pelo menos tive essa sensação e confesso que não encontrei uma “verdade” em seu desempenho. Outra boa atuação é a participação muito especial de Lima Duarte que consegue transpor para o espectador toda vibração de sua pequena, contudo significativa cena chave da obra.
“A busca” aborda de maneira impar as questões familiares e emocionais que pairam sobre uma família envolvida em um doloroso processo de separação onde os três principais personagens estão inseridos. Pai, esposa e filho ainda se enfrentam e se distanciam para um melhor entendimento dos fatos e, além disso, outro ponto que paira sobre a obra é a questão da paternidade e os sinuosos caminhos que nos levam aos reencontros pela vida. Talvez seja esse o grande mérito do roteiro, trabalhar de maneira tão sensível os sentimentos (dor, amor, perdão) que envolvem uma separação é a verdadeira representatividade dos pais na condução e formação de seus filhos.
Com uma excelente direção de Luciano Moura (em seu primeiro filme), um roteiro poderoso e uma atuação notável de Wagner Moura, “A Busca” é até que aqui um dos melhores filmes do ano e sem sombras de dúvida atinge a alma de qualquer espectador sensível as relações humanas magnificamente representadas ao longo da obra. Trailer Aqui.
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