Críticas de Filmes

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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Crítica do Filme: Madame (2018) ★★1/2

Madame (2018)
Direção: Amanda Sthers


Sinopse: Recém-chegados em Paris, os americanos Anne (Toni Collette) e Bob (Harvey Keitel) organizam um luxuoso jantar para 12 pessoas. Quando uma presença inesperada faz o número virar 13, a supersticiosa anfitriã se recusa a dar chance ao azar e transforma a empregada Maria (Rossy de Palma) em convidada especial espanhola. Inicialmente receosa, ela acaba conquistando um comerciante de arte britânico com seu jeito único e o relacionamento se aprofunda para além da noite de festa, para desespero dos controladores patrões de Maria.

Comentário:  Apesar da ótima premissa, e das cativantes atuações de Toni Collete, Harvey Keitel e Rossy de Palma, que é o grande destaque do filme, "Madame" não chega a ser uma decepção, mas não convence. 

O roteiro não é assim tão original, a narrativa apenas convencional e o 'humor negro' sobressai junto as atuações do elenco. Dessa forma, a obra começa como uma boa "comédia de costumes", mas acaba se revelando uma interessante "crítica social". Nesse contexto, destaco os confrontos entre a "madame" e a "empregada", que ao longo da obra, passam do sugestivo para o agressivo. 

E em relação ao final escolhido, só posso dizer que achei a opção a mais coerente possível. Não é irresistível, mas é totalmente assistível. 

segunda-feira, 26 de março de 2018

Confira a lista dos melhores filmes de 2018 (março) 1° Quinzena

O Insulto (2017) - Ziad Dueiri *** (Confira a crítica completa)
O Insulto foi um dos cinco finalistas na categoria de melhor filme estrangeiro do Oscar 2018 (que premia os melhores filmes de 2017), mas quem acabou vencendo foi o chileno"Uma Mulher Fantástica"(2017), um filme que possui qualidades, mas que considero inferior a outros três concorrentes: Sem Amor, de Andrey Zvyagintsev (o meu favorito), Corpo e Alma e O Insulto.

120 batimentos por minuto (2017) - Robin Campillo **1/2
O filme francês foi uma das obras mais premiadas de 2017, inclusive vencendo o César, o Oscar do cinema francês, na categoria de melhor filme. Além disso, disputou o Festival de Cannes (com destaque), e o European Film Awards, na categoria de Melhor Filme. A obra, que se passa no início dos anos 90, acompanha o grupo ativista Act Up, que intensifica seus esforços para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento em relação a Aids. Apesar da temática, o filme é muito "quadrado", tanto na narrativa quanto na direção de Campillo. Uma obra que não surpreende e é ainda mais prejudicada pela extensa duração (2h 23min).

Divórcio (2017) - Pedro Amorim *
Pensem em um filme ruim. Confesso que fui enganado pelo trailer, que "vendia" uma boa comédia pastelão. Mas o que se vê no filme é um emaranhado de "clichês" e um roteiro fraco e previsível. A obra, como o próprio título sugere, se passa durante um processo de divórcio entre o casal formado por Noeli (Camila Morgado) e Júlio (Murilo Benício), e o vale-tudo na hora da divisão do patrimônio do casal. Uma comédia excessivamente ingênua, mas que pode ser bem aceita por um público segmentado.

Chocante (2017) - Johnny Araujo  *
Chocante tinha tudo para ser um bom filme. Protagonizado por Bruno Garcia, Bruno Mazzeo, o ótimo Marcus Majella e Lúcio Mauro Filho, a obra acompanha um grupo de antigos colegas que fizeram sucesso nos anos 1990 como uma boy band brasileira. Após se reencontrarem em um funeral, decidem se apresentar mais uma vez. Apesar de nostálgico, e com algumas "boas sacadas" no enredo, o filme se perde completamente do meio para o final, frustrando o seu espectador, e resultando em um "dramalhão" sem inspiração. Mas confesso que me diverti em algumas cenas.


Na Teia da Aranha (2001) - Lee Tamahori *** (Disponível na NETFLIX)
Protagonizado por Morgan Freeman, "Na Teia da Aranha" é mais um eficiente filme de suspense/policial, gênero que fez grande sucesso nos anos 1980/1990, e que possui grande interesse do público até os dias de hoje. Na verdade, com exceção dos filmes de super-heróis, é cada vez mais difícil encontrar um bom filme do gênero (ação/policial/suspense) hoje em dia.  Na obra, Freeman interpreta o detetive Alex Cross, que tenta desvendar o sequestro da filha de um senador americano.

Creepshow 2 - O Show de Horrores (1987) Michael Gornick **
Baseado nas histórias de Stephen King, e com colaboração no roteiro de George A. Romero, um dos maiores nomes do gênero, Creepshow 2  é um daqueles filminhos de terror fraquinhos que passavam no começo da madrugada na TV aberta durante os anos 90. Composto por três histórias ("Velho Chefe Cabeça de Madeira", "A Jangada" e "O Estripador, a única que realmente vale a pena, e que recomendo, é "A Jangada".


Corpos Ardentes (1981) - Lawrence Kasdan ****
Protagonizado por William Hurt e Kathleen Turner, Corpos Ardentes é um dos mais importantes suspenses da década de 1980, e um dos mais celebrados thrillers da história do cinema. O filme se passa em uma uma pequena cidade da Flórida, durante um tórrido verão (praticamente em todas as cenas esse fato sobressai com os atores "pingando suor" e reclamando do calor), e acompanha o advogado Ned Racine (William Hurt) e seu envolvimento com  Matty Walker (Kathleen Turner), uma bela e sensual socialite casada. Dessa relação surge um crime. E do crime, uma trama envolvente e algumas reviravoltas. Outro fato que merece sua atenção é a trilha sonora, que com certeza serviu de inspiração (assim como o filme), para outro clássico do gênero, o também sensual Instinto Selvagem (1992), protagonizado por Michael Douglas e Sharon Stone.

Medo Profundo (2018) - Johannes Roberts *** (Confira a crítica completa)
Apesar do filme ser repleto de clichês, Medo Profundo se destaca pela "originalidade' da premissa. Duas irmãs ficam presas no fundo do mar após uma daquelas gaiolas que colocam aventureiros/turistas próximos de tubarões, totalmente submersos, se rompe, colocando as duas em um ambiente repleto de tubarões e com pouco oxigênio. Sendo assim, começa uma verdadeira corrida contra o tempo. Como serão resgatas? Como retornar a superfície? Nesse contexto, a tensão é eminente e deixa o espectador com os olhos colados na tela.


Aniquilação (2018) - Alex Garland **** (Confira a crítica completa)
O filme acompanha uma bióloga (Natalie Portman), que na tentativa de descobrir o que aconteceu com o marido (Oscar Isaac), parte para uma expedição secreta rumo a uma região conhecida como Área X, que abriga um misterioso fenômeno extraterrestre, que não para de se expandir, e que teve início com a queda de "algo" do espaço. Estudado de perto pelo exército, e cientistas, eles tentam compreender o que acontece lá dentro, já que nada, nem "ninguém", conseguiu retornar.

O Passageiro (2018) - Jaume Collet- Serra *** (Confira a crítica completa)
O Passageiro é mais um bom filme de ação na carreira de Liam Neeson, que é um bom ator, e que se tornou, nos últimos anos, uma referência em filmes de ação. Sempre fazendo o tipo "policial veterano, homem de família, mas repleto de habilidades marciais e inteligência. Dessa forma, é provavelmente o mais lucrativo ator do gênero, arrecadando muito mais que Stallone, Van Damme, Schwarzenegger e Bruce Willis, estrelas dos anos 80/90. Ou mesmo dos recentes "astros" Dwayne “The Rock” Johnson e Vin Diesel.


Touro Ferdinando (2017) - Carlos Saldanha **1/2
Dirigido pelo diretor brasileiro Carlos Saldanha (A Era do Gelo e Rio), Touro Ferdinando é uma das melhores animações de 2017. Tanto é, que foi indicado para o Globo de Ouro e Oscar na categoria de melhor animação. O filme é sobre Ferdinando, um touro de temperamento calmo e tranquilo. A medida que vai crescendo, ele se torna forte e grande, mas com o mesmo pensamento, evitando assim, ser selecionado para as touradas. A obra, que se passa na Espanha, possui uma boa história e deve agradar principalmente aos crianças menores, o seu público alvo. Pensando em uma animação, é até um absurdo fazer esse tipo de direcionamento, mas cada vez mais os filmes do gênero focam em um público mais abrangente. Não é um "Viva - A Vida é uma Festa", possui uma história singela, mas deve agradar ao "grande público".



Tarzan, O Filho das Selvas (1932) W. S. Van Dyke ***
Confesso que me surpreendi com Tarzan, o Filho das Selvas. Dirigido por W.S.Van Dyke, que realizou importantes obras nos anos 30/40 (Vencido pela Lei, A Ceia dos Acusados), o filme é uma grande aventura e apresenta todos os elementos clássicos do personagem principal. O grito característico, a paixão por Jane, a macaca Chita, além de mostrar um mundo novo e enigmático para as plateias de todo o mundo. Fica imaginando como o espectador recebeu a obra em 1932. Sem TV, e com pouco acesso a informação, a África era (e continua sendo), um continente fascinante e  inexplorado. Imagine ver na grande tela, naquela época, o ataque de hipopótamos, a luta de um homem com um leão, macacos gigantes, expedições. Nesse contexto, e ainda hoje, Tarzan é um importante marco na história dos filmes de aventura e também na história do cinema.

Pai em Dose Dupla 2 (2017) Sean Anders **1/2
Protagonizado por Will Ferrell e Mark Wahlberg, com a participação de John Lithgow e Mel Gibson como coadjuvantes, "Pai em Dose Dupla 2" surpreende e consegue fazer o seu espectador dar algumas boas risadas. Típica comédia "Sessão da Tarde". Se você assistir, pode achar divertido, se perder, não fará falta ao seu repertório cinematográfico.


A Grande Jogada (2017) Aaron Sorkin ****
A Grande Jogada é um filmaço. Sem dúvida alguma, um dos melhores e mais importantes filmes de 2017. A obra é o primeiro filme do cineasta Aaron Sorkin, que possui uma carreira de sucesso como roteirista, sendo responsável por obras como A Rede Social (2010), O Homem que Mudou o Jogo (2011) e Meu Querido Presidente (1995). Destaco o brilhante roteiro, a edição e a atuação de Jessica Chastain. Completam o elenco Idris Elba, Kevin Costner e Michel Cera. O filme, que é baseado em um livro autobiográfico, acompanha a trajetória de Molly Bloom, que após perder a chance de disputar os Jogos Olímpicos de Inverno, se envolve com jogos de cartas clandestinos.

domingo, 18 de março de 2018

Crítica do Filme: Aniquilação (2018) ★★★★

Aniquilação (2018)
Direção: Alex Garland


Sinopse: Uma bióloga (Natalie Portman) se junta a uma expedição secreta com outras três mulheres em uma região conhecida como Área X, um local isolado da civilização onde as leis da natureza não se aplicam. Lá, ela precisa lidar com uma misteriosa contaminação e lidar com o perigo eminente. 

Comentário:  O começo da carreira do diretor Alex Garland é mesmo notável. Ele conseguiu, nos seus dois primeiros filmes, realizar duas obras que já fazem parte do seleto grupo de ótimas obras de ficção científica. O primeiro foi o original, e surpreendente, Ex Machina (2014)****, que obteve duas indicações ao Oscar (efeitos especiais e roteiro original), além de revelar para o mundo a atriz Alicia Vikander. Um verdadeiro filmaço. Agora realiza, com base na obra literária de Jeff VanderMeer, o excelente Aniquilação, mais um novo clássico do gênero lançado diretamente na Netflix. 

Não posso negar que tenho uma grande admiração pelos filmes do gênero. E, sem dúvida alguma, Aniquilação é mais um exemplo de como os filmes de ficção podem ser geniais. Nesse contexto, obras como 2001- Uma Odisseia no Espaço (1968), Alien (1979), Planeta dos Macacos (1968), Interestelar (2014), Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1977), A Origem (2010), A Chegada (2016) e Esfera (1998), só para citar algumas, devem ser exaltadas. Para exemplificar o melhor do gênero, esses filmes apresentaram para o espectador o "cinema fantástico", uma teoria surpreendente, originalidade e histórias criativas, mas não totalmente explicadas. Nesse sentido, Aniquilação é mais uma obra que rende teorias.  Envolve, ele encanta, e tal qual grande parte dos maiores filmes do gênero, não é para ser totalmente compreendido. 



ALERTA DE SPOILER

O filme acompanha uma bióloga (Natalie Portman), que na tentativa de descobrir o que aconteceu com o marido (Oscar Isaac), parte para uma expedição secreta rumo a uma região conhecida como Área X, que abriga um misterioso fenômeno extraterrestre, que não para de se expandir, e que teve início com a queda de "algo" do espaço. Estudado de perto pelo exército, e cientistas, eles tentam compreender o que acontece lá dentro, já que nada, nem "ninguém", conseguiu retornar. 

Essa é a premissa de Aniquilação, um dos melhores filmes de 2018. Além da história ser envolvente, repleta de mistérios e suspense, o filme possui um forte impacto visual e uma narrativa muito atraente. 

Nesse contexto, a refração, a mutação, a célula e a origem da vida são discutidos. E a personagem de Portman, na tentativa de decifrar o mistério em torno da Área X, e o espectador, na tentativa de decifrar o filme, encontram um "mundo fantástico" onde nada é o que parece ser. 

Como diria Shakespeare, "Há mais coisas entre o céu e a Terra do supõe nossa vã Filosofia". E entendo o filme dessa forma. Ao discutir o divino (a origem da vida, a divisão e multiplicação celular), a obra aparenta apresentar o "mal" através de um ser extraterrestre. E ele, ao estar frente a frente com Portman, busca ser "imagem e semelhança". Em seu caminho de destruição, e aniquilação, destrói, reconstrói, deforma e cria. Brinca de Deus. E após algumas reviravoltas, muito bem desenvolvidas por Garland, o filme possui um desfecho preciso, mas que pode gerar reflexões em seu espectador. 

terça-feira, 13 de março de 2018

Crítica do Filme:O Passageiro (2018) ★★★

O Passageiro (2018)
Direção: Jaume Collet-Serra


Sinopse: Durante o seu trajeto usual de volta para casa, um vendedor de seguros (Liam Neeson) é forçado por uma estranha misteriosa (Vera Farmiga) a descobrir a identidade de um dos passageiros do trem em que se encontra antes da última parada. Com a rotina quebrada, o homem se encontra no meio de uma conspiração criminosa.

Comentário: O Passageiro é mais um bom filme de ação na carreira de Liam Neeson, que é um bom ator, e que se tornou, nos últimos anos, uma referência em filmes de ação. Sempre fazendo o tipo "policial veterano, homem de família, mas repleto de habilidades marciais e inteligência. Dessa forma, é provavelmente o mais lucrativo ator do gênero, arrecadando muito mais que Stallone, Van Damme, Schwarzenegger e Bruce Willis, estrelas dos anos 80/90. Ou mesmo dos recentes "astros" Dwayne “The Rock” Johnson e Vin Diesel.

Dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra, um especialista no gênero, e que trabalhou com Neeson em Noite sem Fim (2015), Sem Escalas (2014) e Desconhecido (2011), o filme, apesar dos clichês, ou momentos inverossímeis, consegue prender a atenção do espectador com uma trama atraente e mais uma atuação vibrante de Neeson. E entre muitas reviravoltas, tiros e porradeiros, nos sentimos dentro da refilmagem de Expresso Oriente, que chegou aos cinemas em 2017, e é baseada na obra de Agatha Christie, já que o filme se passa praticamente todo dentro de um trem. 

Apesar de possuir um roteiro previsível, não posso negar que me diverti muito com "O Passageiro". Sem dúvida alguma, um dos bons filmes de ação que vi nos últimos meses. 

Confira minha lista com os melhores filmes de ação com Liam Neeson 


Crítica do Filme: Medo Profundo (2018) ★★★

Medo Profundo (2018)
Direção: Johannes Roberts


Sinopse: De férias no México, duas irmãs estão prestes a passar pelos momentos de maior tensão em sua vida: presas em uma gaiola de tubarões a 47 metros de profundidade no oceano, eles terão que lutar contra o tempo para permanecerem vivas. Mas com apenas uma hora de oxigênio e com tubarões brancos rondando o local, as chances se tornam cada vez menores.

Comentário: Confesso que adoro filmes com tubarões. Sendo assim, sou grande fã do clássico "Tubarão", de 1977, dirigido por Steven Spielberg, e considerado até hoje, o melhor filme já realizado com a "fera marinha". Além dele, outros filmes do sub-gênero também se destacam (para o bem e para o mal): Águas Rasas (2016), o péssimo Sharknado (2013), Mar Aberto (2003), Do Fundo do Mar (1999), Terror na Água (2011), Isca (2012), e mais alguns que nem vale a pena mencionar. 

Apesar do filme ser repleto de clichês, Medo Profundo se destaca pela "originalidade' da premissa. Duas irmãs ficam presas no fundo do mar após uma daquelas gaiolas que colocam aventureiros/turistas próximos de tubarões, totalmente submersos, se rompe, colocando as duas em um ambiente repleto de tubarões e com pouco oxigênio. Sendo assim, começa uma verdadeira corrida contra o tempo. Como serão resgatas? Como retornar a superfície? Nesse contexto, a tensão é eminente e deixa o espectador com os olhos colados na tela.

Medo Profundo também garante bons sustos, algumas cenas incríveis (uma envolvendo um sinalizador), e uma reviravolta que pode surpreender o público. Resumindo, se você não for chato e se entregar ao filme, a diversão é garantida. 

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Crítica do Filme: Pantera Negra (2017) ★★★★

Pantera Negra (2018)
Direção: Ryan Coogler


Sinopse: Após a morte do rei T'Chaka (John Kani), o príncipe T'Challa (Chadwick Boseman) retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação. Nela são reunidas as cinco tribos que compõem o reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T'Challa logo recebe o apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri (Laetitia Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong'o), a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás.

Comentário: Esqueça toda questão racial e vamos focar no filme. Pantera Negra é definitivamente um filmaço. Só para constar, a superprodução da Marvel, e um dos melhores filmes de super-heróis já realizado, já vendeu praticamente 4 milhões de ingressos no Brasil e continua batendo recordes de público mundo afora.

Mas o que Pantera Negra apresenta de diferente? Vamos lá. O filme é dirigido por Ryan Coogler, que foi o responsável por Fruitvale Station (2013) e Creed: Nascido para Lutar, que se você não lembra, faz parte da saga Rocky - O Lutador. Além das duas obras terem sido muito elogiadas (as considero bons filmes), ambas possuem um contexto social muito forte e a valorização dos personagens em suas narrativas. Sendo assim, a escolha de Coogler para dirigir Pantera Negra não é uma mera coincidência. Nem a forma que conduz e construiu o filme, valorizando a HISTÓRIA, os PERSONAGENS, a AMBIENTAÇÃO e principalmente, dando valor ao contexto da narrativa ao invés de cenas de explosões, ação, humor e efeitos especiais. Algo tão valorizado pela Marvel em outras obras e, também, adorada pelos fãs.Mas que neste filme, tudo isso é muito bem dosado.

Pantera Negra, apesar de ser essencialmente um blockbuster, é um produto com conteúdo. Aliás, um ótimo conteúdo. História poderosa, um vilão com repertório e motivações palpáveis, a valorização da cultura africana (na trilha sonora, na direção de arte, nos figurinos e maquiagem), e principalmente, nas brilhantes atuações de todo o elenco.


Como protagonista está Chadwick Boseman, que não é um "herói" engraçadinho, hiper-poderoso e repleto de surpresas, muito ao contrário, possui fragilidades e dúvidas. Também merece destaque a chefe da guarda de Wakandam, brilhantemente interpretada por Danai Gurira, em seu primeiro papel de destaque no cinema. Completam o elenco Lupita Nyong´o, John Kani, Angela Bassett, Martin Freeman, Daniel Kaluuya e Laetitia Wright. 

E quem praticamente rouba o filme é Michael B.Jordan, que repete a parceria com o diretor Ryan Coogler e brinda o espectador com uma atuação arrebatadora. O espírito de vingança e o ódio estão no olhar e no gestual do personagem Erik Killmonger. Ele, apesar do discurso, não quer a libertação do povo negro, ele quer VINGANÇA. Vingança contra quem matou o seu pai e contra Wakanda.

Mas nem tudo é perfeito em Pantera Negra. O primeiro ponto falho é a "forçada" atuação de Andy Serkis, que não repete "de cara limpa", as magnificas atuações dos personagens que interpretou utilizando computação gráfica e que entraram para a história do cinema. Entre eles, Caesar em Planeta dos Macacos, Snoke em Star Wars e Smeagol em O Senhor dos Anéis. 


Apesar das duas primeiras cenas de luta serem "raiz", sem muitos efeitos especiais e sempre valorizando o confronto "natural" entre os personagens, e o "efeito cultural" da paisagem, o duelo final entre o protagonista e antagonista acontece envolvido em um "espaço tecnológico". E, dessa forma, a Marvel volta a ser Marvel. Personagens computadorizados e exageros de CGI tiram o brilho de uma luta que poderia ser como o filme: singelo e tradicional. 

Não tenho dúvidas que Pantera Negra é um dos melhores filmes do gênero. Uma obra que valoriza a beleza paisagística, a representatividade dos personagens,  além de apresentar uma "nova cultura" a partir de locações, costumes e direção de arte através de um brilhante equilíbrio entre modernidade e tradição. Você pode até não gostar de filmes de super-heróis, mas te garanto que o filme é inovador e possui uma história poderosa. Dessa forma, Pantera Negra transcende o quesito entretenimento e atinge o público com um discurso de consciência política e social, levantando através de sua narrativa indagações e provocações.