Críticas de Filmes

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domingo, 24 de maio de 2015

Crítica: 007 – Operação Skyfall (2012)***** (REVISÃO)

Direção: Sam Mendes
Gênero: Ação/Suspense
Elenco: Daniel Craig, Judi Dench, Javier Bardem, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Albert Finney, Ben Whishaw.

Meu comentário: Recentemente tive a oportunidade de rever 007 - Operação Skyfall, e me surpreendi com a grande qualidade do filme. E posso chegar até mesmo a afirmar que é indiscutivelmente o melhor filme da franquia (muito devido ao calor do momento).

Hipnótico, divertido e repleto de frases de efeito, como na cena da "tortura" de Bond pelo vilão Silva( interpretado por Javier Bardem), que é tão bem filmada quanto idealizada. Operação Skyfall me (re)surpreendeu do inicio ao fim. Realmente estamos a frente de uma obra diferenciada e clássica dos "pés a cabeça".

Segue abaixo a crítica original:

Crítica do Filme
007 – Operação Skyfall, chega as telas justamente no ano em que o mais famoso agente secreto do cinema, James Bond, comemora 50 anos de sua estréia no inesquecível “007 Contra o Satânico Dr.No”. E incrivelmente, após seus 23 filmes e seis atores interpretando o personagem principal (Sean Connery, Roger Moore, Timothy Dalton, George Lazenby, Pierce Brosnan e finalmente Daniel Craig), Skyfall é saudada por grande parte da crítica mundial – e também nas bilheterias –, como o melhor filme da série, nesse aspecto eu concordo em parte.

Desde os primeiros romances de seu criador Ian Fleming, Bond sempre carregou características marcantes: elegância, britânico, rebelde e extremamente mulherengo, e confesso que ao descobrir que Daniel Craig havia sido escolhido para interpretar o imponente personagem nos cinemas, não consegui enxergar a priori essas renomadas características nele, uma vez que as vejo facilmente em Sean Connery (saudado como o melhor Bond da História), Roger Moore (meu predileto) e Pierce Brosnan (que apesar de sua fácil identificação, falhou pelos excessos de ação e pouco conteúdo de seus filmes). Hoje percebo que Craig foi uma escolha acertada e ele está incrivelmente bem em Operação Skyfall.

Outras características marcantes dos filmes 007 são seus personagens recorrentes, como M, Q e Moneypenny, vilões excêntricos, lugares exóticos, seus aparatos tecnológicos sofisticados, carros incríveis, as belíssimas “Bond Girls”, além de toda caracterização visual e sonora do filme: seu inicio sempre repleto de ação, logo depois entra em cena o clipe musical durante os créditos iniciais – já cantados por Adele, Paul McCartney, Tina Turner, Sheena Easton, Duran Duran e em grande parte, lideres das paradas de sucesso –, a marcante musica tema e a famosa cena do tiro. Todos os momentos citados acima são marcantes e obrigatórios para todo Bond fanático. E mesmo eu sendo um admirador apenas distante da Bond mania, qualquer coisa diferente dessas marcantes características soa para mim como falha e fuga de um obrigatório e clássico formato.


E após os últimos três filmes protagonizados por Daniel Craig (Casino Royale, Quantum of Solace e Operação Skyfall), percebemos uma mudança acentuada na condução dos filmes e também na interpretação de James Bond. Os novos filmes estão cada vez mais realistas, viscerais, menos glamorosos e acima de tudo, com personagens mais “humanos” e menos fantasiosos. Talvez por isso a série 007 tenha se reinventado e recebido tantos elogios nas suas ultimas três obras, especialmente Skyfall, que é na verdade uma síntese de todas essas mudanças e uma obra de maturidade, que com a destreza e capacidade da direção de Sam Mendes (Beleza Americana), solidificou traços clássicos com essa “nova roupagem” mais séria, realista, e onde as inacreditáveis cenas de ação deram lugar a personagens cada vez mais complexos e de fácil aceitação para o espectador. Simplificando, o fantástico deu vez a uma seriedade que me agrada, mas pode parecer presunçosa perante uma história tão fantástica e de meio século de enorme sucesso.

007 – Operação Skyfall é marcante por ser uma obra de excelência em relação aos três últimos filmes da série, tanto em seus conceitos como no desenvolvimento do roteiro, além de ser de fácil percepção o quanto Daniel Craig e Judi Dench estão a vontade e incrivelmente bem em seus papeis – mas muito longe das indicações e premiações que Dench tem recebido por seu trabalho em Skyfall, onde não enxergo nada a mais do que uma contida Judi Dench. Outro mérito da obra é ter conseguido “criar” um personagem tão enigmático e complexo - além de visualmente gay (o que é uma grande ousadia) -, e ao mesmo tempo palpável quanto é Silva, novamente em uma ótima atuação de Javier Bardem, e que com sua jornada pessoal de vingança brilha nas telas e pode novamente ser indicado como melhor ator coadjuvante na edição 2012 do Oscar– mas em minha opinião, com poucas chances de ser o vencedor.
Extremamente hipnótico (seu inicio é envolvente e fantástico), repleto de homenagens e citações aos grandes clássicos da franquia, além de uma condução potencial porém com traços artísticos de Sam Mendes (como na ótima cena da luta de Bond em uma jogo de sombras), Skyfall é o grande blockbuster do ano e se for para termos um indicado mais popular ao Oscar de melhor filme em 2012 indicaria de olhos fechados 007 em relação ao sempre pretensioso Batman de Christopher Nolan. E ainda abro outro importante questionamento, quando Sam Mendes veio a público falar que se baseou na direção de Nolan e seus Batmans para aceitar dirigir o seu 007, acredito que ele não tenha falado quanto a forma de dirigir e sim tenha percebido que um grande diretor pode sim se envolver em um projeto tão direcionado e pouco autoral quanto são os filmes de ação e percebeu a possibilidade de ser não apenas um realizador, e sim construir uma obra com sua marca, pois na condução do filme em nada percebo semelhanças entre um e outro, na realidade, percebo sim e em ambos, as preciosas e particulares tendências de suas direções.
Trailer Aqui.

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